Não se surpreendam de apelidar de "ídolo" um egípcio que foi capaz de deixar o melhor treinador do Mundo de cabelos em pé vezes sem conta. Sabry representou, talvez, na última década, um dos maiores contrastes entre o futebol de rua, no bom e nas as suas vicissitudes - belo, brilhante, imprevisível, entusiasta, desequilibrador/ pouco culto, sem dimensão, curto - e a exigência táctica e cultura de espaços e futebol que prima nos dias de hoje.
Abdelsatar Sabry era um exemplar raro de um jogador 'perdido' num futebol que não era o seu mas fazia dele o seu futebol, pois a bola quando lhe chegava os pés ganhava ânimo, sorria, e transformava a rigidez de alguns, no brilhantismo de outros. E Sabry... era um deles.
Lembro-me de assistir a uma eliminatória entre o PAOK Salonica (onde na altura pontificavam Uribe, Adolfo Valência e um tal de Sabry) e o Benfica no Estádio do PAOK e as coisas terem sido muito complicadas para o Benfica pela mestria de um africano de botas amarelas que fazia mexer - e de que forma - o ataque dos gregos. O Paok perdeu 2-1, mas veio ganhar 2-1 à Luz, onde apenas o malogrado Robert Enke salvou o Benfica nos penalties, ao defender 3 grandes penalidades (para a baliza grande - mais um indicador para a estatística). Mais uma vez a receita foi a mesma, Sabry marcou e encantou na Luz.
Abdelsatar Sabry era um exemplar raro de um jogador 'perdido' num futebol que não era o seu mas fazia dele o seu futebol, pois a bola quando lhe chegava os pés ganhava ânimo, sorria, e transformava a rigidez de alguns, no brilhantismo de outros. E Sabry... era um deles.
Lembro-me de assistir a uma eliminatória entre o PAOK Salonica (onde na altura pontificavam Uribe, Adolfo Valência e um tal de Sabry) e o Benfica no Estádio do PAOK e as coisas terem sido muito complicadas para o Benfica pela mestria de um africano de botas amarelas que fazia mexer - e de que forma - o ataque dos gregos. O Paok perdeu 2-1, mas veio ganhar 2-1 à Luz, onde apenas o malogrado Robert Enke salvou o Benfica nos penalties, ao defender 3 grandes penalidades (para a baliza grande - mais um indicador para a estatística). Mais uma vez a receita foi a mesma, Sabry marcou e encantou na Luz.
Ficou apenas um ano na Grécia, com os dirigentes do Benfica a não se esquecerem das suas grandes exibições contra os «encarnados», tendo rumado à Luz no ano seguinte. A sua passagem pelo Benfica foi de altos e baixos, contudo. Fez 13 jogos em 99/00, marcou 6 golos. No ano seguinte (o que ditou a sua saída do clube), jogou 21 jogos e fez apenas 4 golos. A entrada de José Mourinho no Benfica acabaria por ditar a sua saída e matar precocemente um talento que com trabalho (e diga-se, vontade de trabalhar) teria ido mais longe do que certamente foi.
Os episódios de demorar 7 minutos a atar as chuteiras para entrar em campo, como atirou para os jornalistas José Mourinho depois do egípcio se queixar de poucas oportunidades, ao pouco empenho nos treinos e à sua péssima qualidade táctica e posicional, fizeram do egípcio mais um dos que passou pela Luz sem títulos, mas na memória de alguns, que como eu, guardam com saudade alguns dos seus brilhantes momentos - poucos, para o que podia realmente - ao serviço do Benfica.
O golo em Alvalade, de livre directo, a calar 50 mil sportinguistas desejosos e sobranceiros de festejar o título contra o Benfica nesse dia, o golo contra o Porto na Luz, as imensas fintas e rasgos de criatividade, fizeram de Sabry um ídolo, à sua maneira, para alguns, tal como eu.
Os episódios de demorar 7 minutos a atar as chuteiras para entrar em campo, como atirou para os jornalistas José Mourinho depois do egípcio se queixar de poucas oportunidades, ao pouco empenho nos treinos e à sua péssima qualidade táctica e posicional, fizeram do egípcio mais um dos que passou pela Luz sem títulos, mas na memória de alguns, que como eu, guardam com saudade alguns dos seus brilhantes momentos - poucos, para o que podia realmente - ao serviço do Benfica.
O golo em Alvalade, de livre directo, a calar 50 mil sportinguistas desejosos e sobranceiros de festejar o título contra o Benfica nesse dia, o golo contra o Porto na Luz, as imensas fintas e rasgos de criatividade, fizeram de Sabry um ídolo, à sua maneira, para alguns, tal como eu.
Chorei, copiosamente, no dia do 0-1 em Alvalade, quando ele marcou o golo. Era o meu jogador favorito, de quem tinha uma camisola com o seu número, #10, e via o jogo com ela vestida. Nunca mais vou esquecer.
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