quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Uma questão de contextos




Jorge Jesus permite um Benfica mais forte e mais capaz de defrontar qualquer equipa. Contudo, noutro contexto competitivo, as fragilidades individuais de alguns jogadores demonstram as fraquezas que o conjunto tem para patamares mais elevados de exigência. O Zenit para além de ser uma equipa muito completa e de muita valia individual, é extremamente bem organizada e bem conhecedora de todos os momentos do jogo. Para além disso, os seus jogadores interpretam perfeitamente a questão qualidade vs experiência e assume-se este ano como o grupo mais forte do projecto milionário dos russos dos últimos anos.

O Benfica não pode ambicionar a triunfar na Europa e jogar com Artur, Jardel e Eliseu. Artur não tem condições para jogar em Portugal quanto mais fora de portas. Jardel a nível defensivo faz quase tudo bem e oferece garantias de top naquilo que se pretende para um plantel. Assumir a titularidade neste contexto é outra conversa, e as dificuldades porque passou hoje no momento da saída de bola, revelam falta de qualidade dele para este nível competitivo. Eliseu é outro caso. Em Portugal vai disfarçar as suas limitações mas apanhando pela frente um jogador da valia de Hulk sente enormes dificuldades e muita sorte acabou por ter o Benfica pelo Zenit ser uma equipa de organização ofensiva e não saber jogar de outra forma.

Noutro âmbito, importa falar do Mónaco. Bernardo Silva teve direito a meia hora e encantou os franceses. Bola colada ao pé, o jogo ganha dimensão quando o pequenino jogador ex-Benfica assume a batuta. Criatividade, imprevisibilidade, tomada de decisão, capacidade de penetração, condução, qualidade passe...enfim, esgotam-se os elogios. O que será preciso para Leonardo Jardim dar-lhe a titularidade e oferecer qualidade a esta equipa francesa que bem necessita?

No lado oposto está Ivan Cavaleiro. A vitória do Corunha frente ao Eibar esta segunda-feira não apaga a paupérrima exibição do extremo português. Muitas dificuldades na recepção, problemas técnicos evidentes para se catapultar para outro nível competitivo. Saiu, e bem, pelo pouco que deu ao jogo. Rapidamente, a continuar assim, perderá o lugar para Cuenca. Quanto a Sidnei, foi o melhor em campo e é um case study. Pode até nem ser preciso chegar a muitas conclusões, mas custa entender o porquê da sua carreira não estar noutro patamar. O treinador gosta dele e é fácil perceber porquê: lê o jogo como poucos, sai a jogar com qualidade de nº10, antecipa-se e recupera bolas de todas as formas e a continuar assim, mantendo o nível exibicional, vamos ver se ainda haverá tempo para ele. Numa equipa com bloco baixo, que não o exponha a situações de metros nas costas para correr, pode ser top.

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