sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Hany Mukhtar o reforço do Benfica



O Benfica contratou, ao que parece, Hany Mukhtar. O mercado alemão tem vindo a ser alvo de atenta observação dos responsáveis e as tentativas de aquisição de Gerhardt, Kramer e Karius, são exemplo disso.

Mukhtar é velho conhecido do blog pelo que tem apresentado nas selecções jovens alemãs. Presença quase sempre obrigatória em todas as gerações, sempre foi um dos seus destaques embora tenha vindo a perder notoriedade, sobretudo na transição para o futebol sénior. Ao contrário de outros elementos da sua geração como Niklas Stark, Stendera, Selke, Oztunali, entre outros, ainda não se conseguiu impor definitivamente  na Bundesliga, tendo somado apenas 316 minutos na época passada, não tendo feito qualquer jogo na primeira equipa esta temporada.

Mukhtar foi campeão europeu de sub-19 em 2014 e aí mostrou apontamentos interessantes. Joga pelo corredor central, como apoio ao avançado ou mais recuado no terreno. Contudo, é claramente um criativo de terrenos avançados, por isso é difícil pensar nele como alternativa a Enzo. Jogador dotado tecnicamente, sabe jogar, qualidade na progressão, agressividade no drible, muito repentista e veloz, precisa crescer na forma como pensa e executa e define as suas acções.

Fomos à procura do seu último jogo com a camisola do Hertha que data do fim da época passada, em casa, frente ao Dortmund. Resultado favorável à equipa de Klopp, 4-0. Mas o objectivo era voltar a ver Mukthar.


Começou o jogo como avançado, no apoio a Wagner. Algo escondido do jogo, o modelo do Hertha também não favorece as suas características, mas sempre que apareceu confirma as impressões. Tecnicamente forte, alguma qualidade de passe, veloz, mas com problemas na decisão e definição dos seus lances. Já com o decorrer do jogo, recuou para uma posição mais recuada, passou a assumir o jogo e foi quando se mostrou mais.

Bem com bola, a assumir e a mostrar-se ao jogo, deu dinâmica e criatividade ao corredor central, embora frágil nos duelos e com pouca presença no centro do terreno. Parece claramente um jogador de último terço que tem trabalho para fazer mas pode fazer estragos em Portugal pelas características inatas que detém. Olhando para ele, pela fisionomia, velocidade e capacidade técnica, faz-nos ter boas sensações, mas precisa ainda de crescer e ganhar maturidade no seu jogo.

domingo, 28 de dezembro de 2014

O Mito Nani - versão 2

Vamos voltar a um dos temas que já nos fez abordar aqui o internacional português Nani. Esta semana fomos citados por um blog, que em tempos era visita diária para nós pela qualidade e capacidade de observação dos seus autores. Ora, referem os actuais proprietários do espaço, que devíamos "cortar os dedinhos para não voltar a escrever".

Não lhes fazemos a vontade, e por isso vamos tecer algumas considerações. O blog é actualmente gerido por algumas pessoas que temos estima mas outras não as conhecemos. E não conhecemos (referimo-nos ao nickname que nos citou) até pela ausência de qualquer mérito ou crédito no panorama desportivo nacional. Não fizeram nada, não demonstraram nada, não deram provas de nada e os resultados apresentados são até agora 0. No entanto, sentem-se no direito de atacar pessoas com outras opiniões, como se os seus paradigmas e conceitos fossem uma ciência exacta de certeza no futebol. Querem reinventar o jogo e fazem ataques pessoais e cerrados a imensas personalidades - algumas destaque não só na 1ª liga como em outros países do Mundo - que já deram mais ao futebol do que eles alguma vez darão na vida.

Mas vamos passar à fase seguinte. Nani. É este o jogador que nos leva a escrever este texto. Respeitamos a pessoa em si e o seu valor enquanto jogador. Contudo, está muito longe do que já foi outrora e do que se quer fazer dele. Desaproxima a equipa do golo, toma decisões más a maioria das vezes, coloca-se em situações de perda de bola e desprotege constantemente a equipa. Um jogador assim, como vamos descrever em vídeos, porque as imagens valem mais do que mil palavras, não pode nunca ser considerado top.



Ora é escrito no referido espaço, algumas pérolas em relação a este jogo:

"Nani é o melhor jogador da Liga porque é muito superior a todos porque finaliza melhor, cria mais e... sendo um extremo, é decisivo até no processo de construção.

Não é pelos dribles, remates e macacadas. É pelo que desconheces que Nani é estratosférico na Liga Portuguesa. De cada vez que toca na bola, cria situações muito mais vantajosas para a sua equipa. Ao nível a que se vem apresentando, em Portugal, só Deco.P.S. - Um desafio a quem tiver tempo. Escolher qualquer jogo da Liga dos Campeões do Sporting, FC Porto e SL Benfica, e montar um video com todas as acções na partida de Nani, Brahimi, Salvio e Gaitán. Enviar para o mail que partilharemos."

A verdade é que já enviámos o email. Vamos ver se partilham.

A observar o "tango" na Argentina

O blog tem estado inactivo mas a observação de jogos continua a ser uma coisa prioritária para nós. Hoje demos um salto à Argentina, e em altura de mercado de inverno, vamos falar sobre alguns dos jogadores que mais nos saltaram à vista nas últimas observações feitas.

Marcus Acuña (Racing)

É um caso do tipo de jogador que só atinge a maturidade no seu futebol mais tarde do que os restantes. Mas Acuña ainda é jovem. Tem apenas 21 anos, mas foi passando despercebido aos principais clubes e só agora chegou ao primeiro escalão. Pé esquerdo que tem "olhos", joga sobre as duas faixas, sempre com o esférico colado ao pé da mesma forma como imagina o jogo e executa com a qualidade que o seu cérebro idealiza os lances. Muito agressivo no 1x1, cruza com muita qualidade e é bastante intenso também sem bola. Um talento, que se for aposta, pode crescer muito.


Gustavo Bou (Racing)




Ponta-de-lança de área, um matador, tem 24 anos e está a atingir um patamar de qualidade que exige o futebol europeu. Tem 10 golos nesta edição do campeonato argentino e é um dos grandes destaques do campeonato. Apesar de não ser muito alto (1,78cm) é exímio no jogo de cabeça. Excelente impulsão e técnica de cabeceamento, sabe pressionar também no processo defensivo e nunca se esconde do jogo. Finaliza com serenidade, tem qualidade técnica também para procurar ele as situações de finalização. Qualidade.


Lucas Romero (Velez)

Aos 20 anos é um dos principais talentos a sair do país em breve, certamente. A formiguinha do meio-campo do Velez é um jogador muito culto a nível táctico, sabe e compreende cada momento do jogo mas também com bola se destaca com qualidade no passe e na progressão. Não é um jogador potente a nível físico e a baixa estatura pode fazer com que muitas pessoas na Europa o olhem de lado pelo facto de jogar na zona defensiva do meio-campo mas o talento que tem e a intensidade que mete no jogo dissipam qualquer dúvida.

                                                       
Joaquin Correa (Estudiantes)



O médio criativo dos Estudiantes já foi associado ao Benfica e é um dos jogadores mais fortes a actuar no campeonato. 20 anos, tem todo o perfume e requinte de um jogador que se pode tornar de alto nível. Pensa o jogo de forma anormal para a sua idade, pode jogar na faixa ou por dentro, decide quase sempre bem e tem uma qualidade técnica muito alta. Vasto leque de recursos, finaliza muito bem de longe, imagina lances e sai de situações à partida impossíveis. Um jogador de alto quilate.


Jonathan Calleri (Boca)

É impossível não olhar para ele e ver os últimos grandes nomes que saíram do futebol argentino na posição de ponta-de-lança. Jogador que pode atingir um patamar muito alto na Europa. Tem a bravura dos grandes e isso nota-se quando entra em campo.Apenas 21 anos já é a referência do histórico argentino. Grande capacidade de finalização e de ler o jogo, o espaço onde tem de aparecer e com frieza na finalização. Forte de cabeça, marca de toda a forma e dá muito trabalho às defesas. Craque.





Jaime Ayovi (Godoy)


Joga numa equipa modesta mas é um dos grandes destaques do campeonato. Já tem 26 anos e um percurso "estranho" pois já andou por vários campeonatos secundários, mas ainda vai a tempo de poder fazer estragos na Europa. É um finalizador nato, tem compleição física assinalável e um instinto incrível para o golo. Para além disso, deve ser dos melhores cabeceadores na América. Técnica de cabeceamento incrível, parecem que põe a bola com a mão, grande capacidade de impulsão e frieza na hora de encarar a finalização. Jogador de equipa grande que trabalhe para ele.



Emanuel Insua (Boca)



Lateral esquerdo, posição tão desejada em Portugal, e que qualidade tem este jogador de 23 anos. Fisicamente é um "bicho". Robusto, tem aceleração e velocidade de ponta e é muito agressivo nas abordagens. Sobe bem no terreno, dá profundidade ao jogo da equipa, gosta de entrar por dentro e por fora e tem qualidade técnica para se integrar no processo ofensivo. Uma locomotiva.


Kranevitter (River)



Jogador incrível do ponto de vista da recuperação de bolas. Joga na posição 6 com cultura táctica, elegância, e uma qualidade absurda na forma como usa o corpo - e bem - na recuperação e desarme aos seus adversários. Para além disso assume com qualidade a 1ª fase e construção do jogo da equipa e é um jogador agressivo e forte também pelo ar. Qualidade para voar para o futebol europeu.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Anderson Talisca



Já aqui tínhamos atestado a sua qualidade. Jogador que dentro da anarquia que ainda oferece pode acrescentar muito ao jogo ofensivo do Benfica. Mas o perfil psicológico que parece apresentar poderá atrasar a sua adaptação a uma posição mais recuada que acreditamos ter tudo o que as suas características físicas e técnicas pedem.

Talisca tem jogado, e bem, no apoio ao avançado, como elemento sem grande capacidade posicional como gosta Jesus mas tem aparecido muito bem em zonas de finalização o que lhe tem dado destaque grande neste Benfica. É de realçar que vem de um campeonato diferente e a forma como se está a impor é um facto de assinalar.

Contudo vamos tentar perspectivar o futuro. Talisca pela capacidade que tem de progredir com bola, jogando de frente, é um elemento muito perigoso para as equipas contrárias. Exemplo disso é o golo ao Estoril e o lance que origina a expulsão frente ao Moreirense. Vendo o jogo de frente, partindo em penetração, é difícil de parar e a qualidade na progressão que apresenta, também a passada larga que queima metros e junta sectores, tem de ser explorada.

O modelo do Benfica pode ganhar com as características que o ex-Bahia vem dar à equipa, mas é importante também que Talisca compreenda as missões - sobretudo defensivas - que não deve descurar a este nível competitivo. Ainda é lento a recuperar e pouco pro-activo na recuperação. Pela agilidade e estrutura física pode ser facilmente uma "aranha" nas recuperações, capaz de se destacar também aí.

A frieza na hora de finalização tem sido de assinalar e podem-nos levar a perceber que Talisca tem também golo. Mas pode muito bem, conforme for crescendo, ir ganhando rotinas de jogar mais por trás, acrescentando a este Benfica movimentações e posicionamentos de nº10, coisa que Jesus tem insistido em não ter ao longo dos anos, mas que pode com o brasileiro ser uma obrigatoriedade face à sua afirmação na equipa encarnada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Uma questão de contextos




Jorge Jesus permite um Benfica mais forte e mais capaz de defrontar qualquer equipa. Contudo, noutro contexto competitivo, as fragilidades individuais de alguns jogadores demonstram as fraquezas que o conjunto tem para patamares mais elevados de exigência. O Zenit para além de ser uma equipa muito completa e de muita valia individual, é extremamente bem organizada e bem conhecedora de todos os momentos do jogo. Para além disso, os seus jogadores interpretam perfeitamente a questão qualidade vs experiência e assume-se este ano como o grupo mais forte do projecto milionário dos russos dos últimos anos.

O Benfica não pode ambicionar a triunfar na Europa e jogar com Artur, Jardel e Eliseu. Artur não tem condições para jogar em Portugal quanto mais fora de portas. Jardel a nível defensivo faz quase tudo bem e oferece garantias de top naquilo que se pretende para um plantel. Assumir a titularidade neste contexto é outra conversa, e as dificuldades porque passou hoje no momento da saída de bola, revelam falta de qualidade dele para este nível competitivo. Eliseu é outro caso. Em Portugal vai disfarçar as suas limitações mas apanhando pela frente um jogador da valia de Hulk sente enormes dificuldades e muita sorte acabou por ter o Benfica pelo Zenit ser uma equipa de organização ofensiva e não saber jogar de outra forma.

Noutro âmbito, importa falar do Mónaco. Bernardo Silva teve direito a meia hora e encantou os franceses. Bola colada ao pé, o jogo ganha dimensão quando o pequenino jogador ex-Benfica assume a batuta. Criatividade, imprevisibilidade, tomada de decisão, capacidade de penetração, condução, qualidade passe...enfim, esgotam-se os elogios. O que será preciso para Leonardo Jardim dar-lhe a titularidade e oferecer qualidade a esta equipa francesa que bem necessita?

No lado oposto está Ivan Cavaleiro. A vitória do Corunha frente ao Eibar esta segunda-feira não apaga a paupérrima exibição do extremo português. Muitas dificuldades na recepção, problemas técnicos evidentes para se catapultar para outro nível competitivo. Saiu, e bem, pelo pouco que deu ao jogo. Rapidamente, a continuar assim, perderá o lugar para Cuenca. Quanto a Sidnei, foi o melhor em campo e é um case study. Pode até nem ser preciso chegar a muitas conclusões, mas custa entender o porquê da sua carreira não estar noutro patamar. O treinador gosta dele e é fácil perceber porquê: lê o jogo como poucos, sai a jogar com qualidade de nº10, antecipa-se e recupera bolas de todas as formas e a continuar assim, mantendo o nível exibicional, vamos ver se ainda haverá tempo para ele. Numa equipa com bloco baixo, que não o exponha a situações de metros nas costas para correr, pode ser top.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Prospecção: N'Jie




Está a começar a aparecer na primeira equipa do Lyon um jogador que promete dar que falar. Já internacional A pelos Camarões, já brilha e marca (2) à Costa do Marfim. Jogador com mudança de velocidade explosiva, gosta de jogar solto no ataque aparecendo nos espaços que lhe permitam situações de simples resolução para ele: um contra-um, invariavelmente. Jogador dotado tecnicamente, poder de drible, capacidade de jogar com os dois pés e excelente equilíbrio. Finaliza bem e é muito forte em penetração. Para acompanhar.


Nacionalidade: Camarões
Data de Nascimento: 15-08-1993 (21 anos)
Altura/Peso: 170 cm / 64 kg
Posição: Avançado
Clube: Ol.Lyon

domingo, 7 de setembro de 2014

O mito Nani


Chega. O nível dos jogadores portugueses decresce cada vez mais e valoriza-se em demasia certos jogadores pelo que em tempos fizeram ou pela atenção que lhes é despendida pela comunicação social. Os últimos 2 anos de Nani em Manchester e o facto de quase nunca ser utilizado não acontece por acaso.

É pela fraca utilidade actual do jogador face ao que já fez no passado. Nani estagnou como jogador e adoptou vícios que o tornaram pior jogador. Não compreende o jogo, pensa mal e sobretudo executa quase sempre mal. É um jogador demasiado inconsequente, sem critério nas suas acções, pouco regular e que tem uma taxa de sucesso dos seus lances a rondar o horrivelmente.

Nani deixou de ser o jogador que era e é necessário alguém o apontar de forma assertiva. O futebol não é fazer umas fintas e dar uns toques giros na bola. Nani mesmo a nível técnico demonstra limitações grandes sobretudo ao nível do cruzamento, situação que explora muito no seu jogo. Dos imensos que tira, poucos são aproveitados não só por não haver quem os finalize, mas essencialmente porque despejar bolas para a área é diferente de encontrar a melhor situação para permitir finalização a um colega.

Prospecção: Garry Rodrigues



Chegou à principal montra do futebol aos 22 anos e promete agora não ficar por aqui. Garry Rodrigues é um dos principais talentos do futebol cabo-verdiano e tem tido um percurso de clara ascenção. Formado no Feyenoord, terminou o seu percurso no Real Massamá, tendo jogado nas divisões secundárias da Holanda e Alemanha nos primeiros anos de Senior. A transferência para o Levski Sofia foi o passo decisivo do seu percurso, de onde se mudou no mercado de Inverno do ano passado para o Elche.

Garry é um extremo potente, agressivo nas abordagens e que parte invariavelmente para cima em situações de 1x1. Joga sobretudo descaído sobre o flanco esquerdo onde gosta de flectir para dentro e aplicar o seu venenoso pontapé, mas sabendo também jogar no lado contrário, onde tem uma taxa de sucesso grande e explora a sua velocidade e capacidade de drible para desequilibrar.


Ainda não é um jogador de processo terminado e tem margem para crescer. Sabe jogar sobretudo com bola e desenvolve o seu futebol através da força física e capacidade de drible onde consegue criar várias situações de finalização para si ou para os seus companheiros.. Um jogador para seguir.


Nacionalidade: Cabo Verde
Data de Nascimento: 27-11-1990 (23 anos)
Altura/Peso: 170 cm / 64 kg
Posição: Extremo Esquerdo/Direito
Clube: Elche

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Bryan Cristante




O Benfica, no último dia de mercado, fecha um objectivo antigo, apenas agora concretizável face à lesão de Ruben Amorim e ao empréstimo de Van Ginkel ao Milan. Cristante vem para o Benfica e vamos procurar perspectivar aquilo que acrescentará.

Cristante inicia esta temporada o seu primeiro ano como Senior. Formado no Ac Milan, estreou-se a temporada passada ainda enquanto Junior na 1ª equipa do grande de Milão onde participou em três partidas e marcou um golo à Atalanta.


Jogador da posição 6, é a referência da primeira fase de construção, embora também possa jogar mais à frente, como 8. Contudo, é a jogar mais recuado, assumindo o jogo desde trás que se sente mais confortável. Tem capacidade de desarme e recuperação de bola pela excelente capacidade física que tem. Protege bem a bola, sabe usar o corpo, mas é nos argumentos técnicos que se destaca.

Dotado a nível de recepção, assume o passe curto, médio e longo com qualidade, sendo forte no drible e na capacidade de manter a posse. Apenas tem ainda alguns problemas ao nível da intensidade de jogo e na execução quando pressionado, daí gostar de pisar terrenos menos "preenchidos" de jogadores adversários.


É culto tacticamente e tem excelente sentido posicional. Assume o jogo, gosta de ter bola e nunca se esconde. Oferece constantemente opções para manter a posse e progredir - é aliás aqui que se destaca sobremaneira, na forma como oferece coberturas ofensivas ao portador da bola e toma opções seguras.

Cristante fruto da capacidade física e técnica que tem pode também ser olhado para a posição 8 pois é forte em progressão e chega bem à área contrária. É um jogador parecido a André Gomes até na fisionomia mas com maiores argumentos a nível técnico e que pode atingir outra dimensão. O Benfica ganha aqui um jogador de valia para as duas posições do meio-campo, tal como Samaris.

sábado, 30 de agosto de 2014

Falando de Samaris



O derby de amanhã vai trazer muitos aliciantes e um dos principais é a possível estreia do grego Samaris com a camisola do Benfica. Teoricamente um desconhecido para o público português, vamos tentar perspetivar o que vale, onde encaixa e o que pensar sobre ele.

A expectativa é grande, até pelos 10 milhões de € pagos para garantir o seu concurso, após uma época ao serviço do Olympiacos. E importa analisar o contexto: o campeonato grego é nivelado por baixo, sendo o Olympiacos de um nível muito superior ao dos seus adversários. Os 17 pontos de avanço para o 2º classificado assim o revelam, e por isso é importante perceber em que situação se inseria Samaris.

Numa equipa de muita propensão ofensiva, com bastante volume atacante e num modelo que prioriza a posse de bola e o jogo apoiado, jogava normalmente numa das posições de médio interior (tanto à direita como à esquerda). É um jogador com porte atlético (1,89cm), muito disponível fisicamente, rápido sobre a bola, agressivo no desarme, bom recuperador, mas com argumentos a nível técnico na recepção e especialmente no passe curto, médio e longo.

Sabe jogar simples a um/dois toques, sendo bastante prático de processos, mas gosta por vezes de adornar e dar um toque de classe na forma como sai a jogar. Pela robustez física e capacidade de protecção de bola, pode ser utilizado na posição 6 (onde acreditamos que se vá fixar no Benfica) porque apesar de gostar de subir e ser usual aparecer em zonas mais adiantadas, não é forte na penetração e no drible em progressão, característica importante para a posição 8 do modelo de Jorge Jesus.

Contudo, a passada que tem, capacidade de preenchimento do espaço, qualidade táctica e desarme, aliando à forma como sabe jogar de costas e também decidir de frente para o jogo, utilizando a excelente capacidade de passe que detém, pode fixar-se de caras no onze da equipa e tornar-se uma figura importante da estrutura do Benfica.

Importa contudo analisar que a pressão adversária existente na sua zona de acção no tempo que passou no Olympiacos era praticamente nula fruto das equipas baixarem normalmente o bloco quando jogavam contra o campeão grego, pelo que não é ainda possível perceber ao nível da tomada de decisão e execução sob pressão de que forma se pode comportar, daí fazer sentido enquadrá-lo sobretudo para o lugar 6 do Benfica onde teoricamente teria um maior transfer daquilo que foi habituado a fazer não só no Olympiacos como também no Panionios.

Samaris é ainda um excelente executante de bolas paradas, tendo uma meia distância de qualidade, gostando de tentar visar, sempre que com espaço, a baliza contrária, com ambos os pés. O Benfica ganha aqui também um jogador muito importante na cobrança de bolas paradas e na meia distância, embora pela sua estatura possa ser utilizado dentro da área para finalizar este tipo de situações.

sábado, 16 de agosto de 2014

Prospecção: Bernard Mensah


Recrutado ao Feyenoord do Gana, muita atenção a este jovem que desponta na equipa principal do Vitória de Guimarães. Joga pelo corredor central como 10 mas pode também jogar mais atrás. Grande capacidade física, tem passada larga e boa capacidade técnica. Gosta de ter bola e partir para cima, é agressivo a penetrar e a tentar situações de 1x1. Jogador para continuar a seguir.

domingo, 10 de agosto de 2014

O risco envolvido na posse



Numa equipa que priorize o jogo na máxima largura, com posse, é fundamental ter jogadores capazes de interpretar os momentos, decidir bem, quase sempre sem risco de perda de bola garantido a manutenção da posse. É uma obsessão cada vez mais evidente da nova escola dos treinadores espanhóis este paradigma e esta atitude em campo.

Não é por acaso que vemos poucas situações de cruzamento, fruto da envolvência do jogo de posse pelo corredor central e do facto de serem situações que colocam os avançados em situação de inferioridade numérica e que tem uma taxa de sucesso, na maioria das vezes (dependendo da zona de onde é efectuado) baixa.


Olhando para o jogo do Benfica de Jorge Jesus, podemos perceber a importância que um jogador capaz de ter bola oferece à dinâmica da equipa. As situações de transição que tanto caracterizam o modelo de JJ não teriam a mesma qualidade se não houvesse um jogador como Enzo Pérez para transportar e ser agressivo na penetração pelo corredor central mas também, essencialmente, um jogador de passe, de tomada de decisão muito acima da média e que consegue fruto da posse manter a equipa equilibrada sem risco de perda e desequilíbrio associado.


Daí não ser possível compreender a não aposta no talento de Bernardo Silva, um jogador ainda com algumas fragilidades fruto da maturidade que ainda não atingiu devido às poucas experiências e estímulos mais elevados que o Benfica não lhe deu no seu processo de formação. Mas o talento com que joga, com que pensa e executa no jogo, como liga a equipa, como assume situações de desequilíbrio, iriam dar um jeitão a este Benfica, ainda para mais numa equipa que está a necessitar de um jogador com estas características como de pão para a boca.


E é na mesma linha que vamos falar de Quintero. O jogo do Porto, de envolvência, de posse e circulação, de segurança e adverso ao desequilíbrio com bola, tem de estar à volta do colombiano. Como dissemos no post anterior, seja no trio do meio-campo, seja a partir de uma ala, ele acabará por ir dar à zona central para decidir.


E Quintero é um dos jogadores de maior qualidade que há no futebol em Portugal porque consegue juntar acções simples e eficazes para a segurança da posse e a irreverência de assumir o jogo e partir para cima tendo invariavelmente sucesso na maioria das situações com que se depara.

Não é fácil encontrar jogadores que sejam um alicerce do treinador que pense o jogo pela posse mas que ao mesmo tempo conseguem criar situações de risco eminente mas ter sucesso em grande parte delas. Quintero e Bernardo Silva são dois jogadores dessa dimensão, que talvez não estejam a ser olhados da forma como o futebol português deveria olhar para eles.

Já aqui defendemos que o critério mais importante na avaliação de um jogador é o seu perfil/aptidão psicológica. E Quintero tem de ser top também aí. Pela forma como pega e assume o jogo das equipas onde joga, sempre à procura de soluções por muito difíceis que se tornem, e não tem problema em errar, só podem ser indícios que estamos perante um jogador de qualidade diferenciada.