segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Di Maria e Canales: Os elos mais fracos


Hoje ao observar o Maiorca-Real Madrid e a ver o desenrolar das alterações que o jogo foi proporcionando, tenho de referir dois nomes que dentro do que se passou em campo foram, na minha opinião, o grande entrave à vitória de Mourinho na estreia e que não souberam entender o que o jogo precisava na altura que a batata quente lhes chegava aos pés. Não esquecendo a ineficácia de Higuain e a perdida incrível de Ronaldo, Benzema (duvido que com Mourinho volte tão cedo), mas Sergio Canales e Di Maria foram jogadores a mais dentro do jogo, à parte dos companheiros.

O jogo decidiu-se na forma como o Maiorca, inspirado na excelente exibição dos seus dois cérebros a meio-campo, ratos, fortes no preenchimento de espaço, inteligentes na posse e com muita eficácia nos seus processos, falo do canadiano De Guzman e do experiente José Luis Martí, souberam controlar e anular a pouca inteligência que Di Maria e Canales apresentaram no jogo, sobretudo na altura da sua decisão (os primeiros 65 minutos).

Canales parecia estar em todo o lado mas aqui começa a grande diferença entre o correr muito e o correr bem. Para além de posicionalmente demorar a aparecer na sua zona, demorou muito a executar. Pensou muitas vezes bem, soube dar linhas aos colegas, mas demorou a reagir e a decidir. Num jogo onde se pedia velocidade e rapidez de processos, não foi de estranhar que Mourinho o tenha substituído na sua primeira mexida. E isto não retira de Canales o grande valor que ele tem. 19 anos apenas.

Di Maria, a história não é de agora. Mourinho já o disse esta semana, que tacticamente não pensava que ele estivesse tão abaixo do exigível para um jogador de alto nível. Não é novidade para ninguém. Posicionalmente é mau. Eficazmente é mau. Em espaço curto é mau. Tudo bem que é um jogador com uma velocidade de ponta e capacidade de execução totalmente acima da média, mas as minhas reticências quanto a uma transferência para um colosso sempre estiveram aqui: Di Maria não tem ainda a maturidade nas dimensões eficácia/qualidade/regularidade das suas acções para jogar ao mais alto nível de forma constante. A ver vamos.

Mourinho corrigiu e apresentou uma nuance táctica ao seu 4x2x3x1 já aqui explorado, http://vidadofutebol.blogspot.com/2010/08/um-real-carborar.html, fez entrar Ozil para vagabundear à frente do duplo pivot defensivo constituído depois por Xabi Alonso e Khedira, embora fisicamente o alemão contratado ao Werder Bremen por 15 milhões de € não esteja ainda com a intensidade e o fulgor que o caracterizam, sobretudo a forma como consegue pensar e executar rápido, com qualidade, invariavelmente, mudaram o jogo do Real então num 4x2x1x3. Benzema pela lentidão e sobretudo pela pouca agressividade de abordagem aos lances não terá dias fáceis com Mourinho. O Real não ganhou o jogo pela pouca eficácia de Higuaín, que até fez um bom jogo, e por uma perdida incrível de Ronaldo por manifesta pouca coragem na hora da finalização, preferindo abordar o drible perante o guarda-redes.

Mau teste para o Real mas nada de preocupante. A equipa está ainda à procura das suas rotinas e dois jogadores fundamentais na forma de jogar desta equipa estiveram hoje grande parte do tempo de jogo no banco de suplentes, falo de Khedira e Ozil. E falta também ao Real a contratação de um avançado diferente de Higuaín e Benzema. É que o argentino está um jogador de grande classe, e até pode explorar mais de si no apoio directo a outro elemento mais de corredor central e zona de finalização na frente de ataque. Não sei porquê mas acho que Mourinho vai voltar a ir às compras...

4 comentários:

  1. Só uma correcção, o Khedira foi contratado ao Estugarda...

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  2. Eu estava-me a referir ao Ozil.

    Um abraço

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  3. André, quando é que voltas ao blog?

    Abraço.

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  4. de certeza qe o Di Maria ja nao e' elo mais fraco, pelo contrario, e' dos melhores agora :)

    cumps

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