quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Jorge Jesus de cachecol não é o mesmo


É um Benfica ainda à procura da sua identidade. Não única e exclusivamente pela derrota de hoje, mas também. Independentemente da boa exibição na Madeira e do crescendo motivacional, em grande parte verificado pela vitória frente ao velho rival na semana anterior. O problema está na forma como esta época foi e continua a revelar-se mal preparada.

Como o Benfica procura encontrar um esquema de jogo alternativo para anular, de certa forma, a inexistência de duas peças fundamentais para o seu modelo no esquema anterior (ou actual), a potenciação de Coentrão num lugar onde se revelou realmente muito forte - e como extremo continuo a dizer que também o é -, mas o avançar e recuo de ideias face a esse plano de jogo. É que Coentrão joga onde o Mister quiser, é verdade. Mas o Benfica procura agora disfarçar e atenuar a saída de Dí Maria e encontrar alguém que faça as suas funções. Impossível, digo eu.

Até porque jogar uma Champions debilitando um corredor lateral em constante pedido de auxílio, fazendo Coentrão imensos movimentos de apoio ao defesa esquerdo, pois ter Farfán ou Rakitic em constantes situações de um para um com Peixoto anula qualquer possibilidade de exploração desse flanco em superioridade numérica em transição ofensiva, pois qualquer dos jogadores que abandone o corredor central para intervir no centro de jogo (com bola no corredor), oferece à outra equipa possibilidades várias de desequilibrar no contra golpe.

Está visto que Cardozo não tem perfil para este tipo de jogos. E até pode fazer 3 ou 4 golos no próximo jogo europeu. Mas continuo a dizer que no contexto europeu em que o Benfica tem de ter entre 75 a 85% dos seus lances nos momentos de transição ofensiva e organização defensiva, Cardozo torna-se pouco útil pela forma como raramente oferece possibilidade de desequilíbrio no primeiro toque, e na forma pouco capaz com que dificulta o trabalho dos defesas contrários e essencialmente os obriga a recuar no terreno pelos seus movimentos de ruptura que permitam à equipa ganhar metros e encurtar linhas para não ter os sectores tão distantes como hoje se verificou.

Os grandes também erram e no futebol quem não ganha torna-se alvo fácil da crítica.

1 comentário:

  1. Com o Coentrão a ME perde-se o médio e o lateral.
    Concordo com a época mal preparada. O Benfica gastou 30 milhões e não comprou ninguém para o lugar do Di Maria e do Ramires.

    ResponderEliminar