domingo, 1 de agosto de 2010

O salto final


Talvez seja a última grande oportunidade para o eterno promissor (ou que o deixou de ser) Carlitos mostrar numa liga mais competitiva o seu futebol. Depois da quase transferência para a AS Roma, aparece agora num Hannover 96 a um nível semelhante, ou até mais baixo, do que o Basileia em termos europeus, mas numa competição bem mais forte e competitiva do que a Liga da Suiça.

Mais um atraente para se ver a Bundesliga, também para ver de que forma o Bayern Munique volta a arrasar com a concorrência. É que com tanto bom jogador no auge, exceptuando possivelmente Klose, mas com Gomez a aparecer, vamos ter certamente muitas possibilidades de ver a possível nova ascensão alemã ao nível de clubes.
Justificar completamente
Recuperando o post de Janeiro sobre ele:

No início do novo século, o Jornal "A Bola" lançou um livro de retrospectiva dos anos 80 e 90 e das suas previsões para a década seguinte. Na secção dos mais promissores futebolistas, ao lado de nomes como Quaresma ou Cristiano Ronaldo, aparecia o de Carlitos, um jovem a despontar na Liga Vitalis e com transferência firmada para o Benfica. Os seus feitos no Estoril, onde subiu os canarinhos da 2ª B para a Vitalis e da Vitalis para a primeira não ficaram despercebidos.

Jogou o Europeu de sub-21 pela selecção das quinas, sendo o único dos titulares que não jogava na divisão maior do futebol português. Marcou inclusivamente o golo que deu a Portugal o terceiro lugar no Euro 2004 de sub-21 já no prolongamento.
A sua ascensão era vertiginosa. Com carreira firmada na Arrentela, no Amora e no Estoril, era a vez do Benfica. Entrou nos encarnados no ano em que as águias quebraram o longo jejum de títulos. Carlitos iniciou a pré-época em Nyon a receber elogios de toda a gente, inclusivamente de Trapattoni. Há uma história de um treino, em que o italiano o mandou abrandar num exercício que se estava a realizar de sprints e agilidade, pois segundo ele, aquilo era demasiado veloz e poderia lesionar o atleta no caso de não conseguir abrandar da melhor forma nas curvas.

Contudo, teve o primeiro azar ainda nesse estágio. Lesionou-se e perdeu a embalagem que estava a começar a evidenciar. Para surpresa de todos, foi lançado às feras na sua estreia na pré-eliminatória da Liga dos Campeões contra o Anderlecht. O resultado de 3-0 a favor dos belgas e a sua substituição na segunda parte fizeram com que se levantassem algumas vozes críticas. Não se impôs na estreia, e o tribunal da Luz não perdoou.
Trapattoni, castigado pelas fracas exibições e alguns resultados menos conseguidos, não mais apostou no camisola 7 da Luz para o onze inicial. Jogou, quase sempre, não mais de 20 minutos, contrariando a média apenas uma vez, em que foi lançado ao intervalo, na famosa derrota de 4-1 no Restelo.

Tudo lhe corria mal, face à conjuntura da equipa que o dificultava em termos individuais.
No ano a seguir, com Koeman, faz a sua estreia em Alvalade. Sem confiança e com um Benfica aos repelões, que perdeu o jogo, não mais voltou a merecer a convocatória do técnico para o onze inicial. Em Janeiro transferiu-se por empréstimo para o Vitória de Setúbal onde deu uma sapatada na crise e se revelou uma das principais peças dos sadinos que chegaram à final da Taça de Portugal. Carlitos era titular e desfrutava do seu futebol, tendo feito 6 golos nessa segunda metade de época. Em 2006-2007 consumou a sua transferência para o Sion da Suiça onde foi estrela da companhia e marcou 9 golos nessa temporada.

Transfere-se no ano seguinte para o histórico Basileia onde tem alternado momentos de grande influência com outros de pouca utilização. Tem 10 golos ao serviço dos suiços, mais duas mãos cheias de assistências para golo.
Esta temporada chegou a ser alvo do interesse da AS Roma de Itália, (nas passada sdo Lyon de França e falou-se no FC Porto) mas um alegado diferendo de verbas impossibilitou aquele que seria até ao momento o maior passo da sua carreira, pelo menos em termos de exigência e obrigação competitiva. Aos 27 anos ainda tem muito para dar ao futebol, mas está na fase de deixar de ser a eterna promessa para se estabelecer como um bom jogador profissional de alto nível, caso queira deixar de ser visto como mais um dos que se perdeu, e que não soube potenciar em campo a valia individual que detém.

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