sábado, 31 de julho de 2010

Rosado de vergonha


As críticas de Leonardo Jardim à forma como se está a preparar o plantel do Beira-Mar foram eloquentes. Poucos jogadores prontos para a alta competição, as exigências de uma liga mais valiosa do que a sempre disputada 2ª divisão, e Diogo Rosado não resistiu ao sinal claro do técnico madeirense que quer as coisas como elas têm de ser, ou dele dificilmente terão complacência com actos de incompetência.

Admirei bastante o percurso deste técnico desde o tempo do Chaves e em nada me está a surpreender o seu trajecto. Diogo Rosado sentiu na pele a necessidade de passar para fora que venha ele de onde vier, ou trabalha, ou nada feito. E que apesar de estar à procura de jogadores, quem não encaixa no perfil, salta do barco.

Rosado é um jovem talentoso, excelente pé esquerdo, mas o ego grande que sempre teve parece ter colidido com a postura de Leonardo Jardim. Rosado é capaz de jogar na posição 8 ou 10 de qualquer sistema, pois apesar da pouca dinâmica e intensidade que apresenta (o que parece ser um problema crónico dos jovens portugueses saídos da formação), tem critério e inteligência para superar.

Leonardo Jardim deixou uma mensagem. E este Beira-Mar, mesmo com pouco talento, vai lutar até ao fim.

O sonho de Veloso e a mão de Costinha


"Concretizar de um sonho". Parece-me inegável que Miguel Veloso é um jogador talentoso e que enfraquece o Sporting. Parece-me também que face à (pouca) motivação do jogador em continuar em Alvalade o negócio acaba por ser positivo para os leões. Mais um produto de Alcochete com a porta da rua aberta.

Tem sido, aliás, um dos principais tónicos desta pré-época do Sporting. Primeiro com as saídas de Adrien Silva e Bruno Pereirinha, a surpresa do mercado, Moutinho, agora Veloso, e futuramente Yannick Djaló. Costinha - e Paulo Sérgio - parecem querer cortar com o passado e a mudança é brusca e radical.

Miguel Veloso, neste 4x4x2 clássico que Paulo Sérgio está a implementar só teria espaço como Lateral Esquerdo e a sua motivação não passaria certamente por aí. Veloso face à sua pouca intensidade de jogo e até alguma agressividade que não tem para o lugar será sempre um bom médio, razoável em termos de ocupação de espaços, forte na primeira zona de transição e com boa qualidade de passe. Contudo, será sempre um igual a tantos outros, enquanto poderia ser um excelente jogador, ocupando a posição de Lateral Esquerdo...

O Sporting desperdiça mais um activo, lucra - e de que forma - com ele, pois acaba por ser mais um produto da formação acima dos 5 milhões para o estrangeiro, mas o retorno em termos desportivos é praticamente nulo. Veloso sai e as hipóteses para a linha de 4 do Sporting a meio-campo começam-se a verificar naturais: Pedro Mendes, Maniche e Zapater para o miolo, Vukcevic, Jaime Valdés e Matías Fernandez para as alas.

A grande preocupação deste Sporting, sobretudo em termos de sistema de jogo, será encontrar uma ponte entre o duplo pivot a meio-campo (que até poderá ser feita em organização ofensiva por movimentos interiores de um dos alas ou apoio frontal de um dos avançados) e a zona de decisão, também com a sua zona defensiva, mas sem dúvida que este 4-4-2 clássico ou encontra uma dinâmica colectiva e de ocupação de espaços muito forte, ou torna-se evidente a sua pouca produtividade actual num futebol com outras exigências e que vem pedindo cada vez mais...

Até já estou a imaginar Saviola entre-linhas nos espaços entre o duplo pivot a meio-campo do Sporting e a sua defesa... Falta ainda outra capacidade de trabalho e de ligação de sectores a este Sporting. E as perspectivas até têm sido positivas.

Rodrigo Moreno e a "ilusion"


O Benfica parece ter fechado mais uma contratação, pelo menos a acreditar na certeza do Jornal "A Bola" do dia de hoje. São seis milhões de euros (os tais por objectivos da venda de Di Maria?) e o fecho das negociações de forma positiva por Rodrigo, um avançado natural do Brasil mas com nacionalidade espanhola, internacional sub-19.

José Mourinho já saiu a público a elogiar o talento deste jovem, o que de certa forma parece ter enchido o peito dos responsáveis encarnados para darem tanto dinheiro por um jogador ainda sem qualquer experiência profissional ao mais alto nível. Recorde-se que Rodrigo tem jogado até aqui no plantel "B" do Real Madrid.

O recente vice-campeão europeu de sub-19 é um avançado de área, com mobilidade para se mover por toda a frente de ataque, um pouco ao estilo do seu novo companheiro Alan Kardec, esquerdino, jogador de boa técnica individual e com facilidade de aparecer na área, finaliza bem, é agressivo nas suas abordagens.

Voltando à questão de fundo: O Benfica tem nesta altura para jogar na frente de ataque as hipóteses mais reais Cardozo, Saviola, Alan Kardec e Franco Jara, os sempre a ter em conta Weldon e Nuno Gomes... e Rodrigo. 7 jogadores. A não ser que a crença dos responsáveis benfiquistas em Rodrigo seja tão elevada que lhes faça acreditar entrar na próxima época no lote do top5 de avançados do plantel, ultrapassando Nuno Gomes e Weldon que podem perfeitamente estar a realizar o seu último ano de águia ao peito.

Comparativamente a Nélson Oliveira, um produto da formação benfiquista, as diferenças não são grandes. Rodrigo é mais jogador de área, mais jogador na hora de finalizar, mas Nélson parece-me mais forte tecnicamente e no um contra um. Fisicamente são semelhantes, Nélson é capaz de ocupar com maior qualidade espaços mais abrangentes por toda a frente de ataque do que o "cantonero". E com isto tudo, vemos que em termos qualitativos, pode nem haver grandes diferenças... ela é só uma neste momento: 6 milhões de €. Vamos ver até que ponto se justifica.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Saviola: A obra prima



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-->Do mais sublime e eficiente do ponto de vista da eficácia e importância dentro de um sistema baseado em torno dele. Javier Saviola assumiu-se na temporada passada como o garante principal de um volume ofensivo extremamente eficaz na zona de decisão que o Benfica apresentou e continua a revelar esta temporada.

Saviola destaca-se de todos os outros num aspecto fundamental. A inteligência e velocidade com que executa. Pode ter adversários ao lado, pela frente, ou atrás, mas ele consegue na maioria das vezes decidir bem e ler mais rápido do que todos os outros o movimento seguinte que tem de realizar para retirar boas possibilidades de desenvolvimento do lance.

Sem ser um jogador veloz, assume a palavra velocidade como uma das principais definições do seu jogo. Velocidade de pensamento e de execução, também de progressão com bola, fundamental entre-linhas e na inteligência com que ocupa espaços certos para definir estratégias ofensivas e espaços que permitam ao Benfica resolver com qualidade.

Sobretudo pela "mistura" que Jesus conseguiu fazer do Benfica, baseado na ocupação de espaços defensivos e velocidade em transição de jogadores como Maxi, Coentrao ou David Luiz, a leitura e preenchimento de Javi, a irreverência de Di Maria, o todo o terreno Ramires, o mago Aimar em qualidade e eficiência, este Saviola, e o goleador Cardozo.

Contudo, estou em crer que sem a presença do pequenino argentino seria impossível a todos estes jogadores darem a dimensão seguinte dentro das suas acções pois faltaria sempre algo para explorarem com mais eficiência e eficácia os seus lances.

Javier Saviola joga e permite jogar, resolve quase sempre bem, sobretudo em espaços curtos onde realmente se apresenta muito forte, quer através do drible, pratico mas muito difícil de ser parado, o oportunismo dentro da área, e a capacidade de descobrir espaços e momentos para aparecer em apoio frontal, em rotura, em mobilidade, ou mesmo na finalização.

Não tenho receio em aponta-lo como um dos melhores jogadores a jogar em Portugal nos últimos anos, e certamente que ainda entra no top europeu de melhores avançados completos existentes no futebol de hoje. Fiquem com alguns dos seus melhores momentos:


quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Braga tem todas as condições mas...


Entra amanhã em campo a primeira equipa portuguesa na Liga dos Campeões. Pré-eliminatória a duas mãos, não discutindo os prós e contras do primeiro jogo ser em Braga, sorteio acessível, possibilidade de boa casa (virão muitos escoceses e irlandeses) e os bracarenses com francas hipóteses de seguir em frente na prova.

Nem tem sido uma pré-época tão romântica como se esperaria da equipa de Domingos e vai ser interessante observar de que forma se dá o transfer da manutenção e consolidação de uma equipa que se espera ser capaz de continuar a aspirar ao pódio do futebol português para a possibilidade de estar numa competição europeia e a dimensão que isso acarreta.

Todos nos lembramos da forma como o Guimarães foi impossibilitado de estar presente na fase de grupos da Liga dos Campeões há alguns anos atrás. Um erro crasso de arbitragem atirou os vimaranenses para a Taça Uefa, e o sonho do Minho estar representado na "Champions" ficou adiado.

Este não me parece um Braga tão forte como o do ano anterior, desde logo pela perda de referências fundamentais do clube e do seu modelo de jogo, os principais dinamizadores de toda a estrutura que Domingos conseguiu construir em retorno do seu grupo de 12-13 nomes de real valia. Eduardo abriu uma brecha que será difícil de cobrir, João Pereira foi um rombo grande na forma como a equipa se desdobrava, Hugo Viana, o jogador que deu o clique para a partida rumo à dimensão seguinte da equipa do Minho na época transacta e, por lesão, a ausência de Mossoró.

Parece-me um Braga fragilizado e sem os argumentos de outrora. Talvez possamos observar uma equipa montada de forma diferente, potencializando e explorando a qualidade dos extremos que tem, mas apostando fortemente no equilíbrio e na constituição de um tridente a meio-campo a jogar de forma invertida, com Salino e Vandinho como peças mais preponderantes.

Os escoceses do Celtic não constituem uma grande ameaça ao nível de um futebol atractivo, irão certamente explorar em momentos de transição o futebol directo para os seus avançados possantes, tendo em atenção um jogador que certamente vai voltar a mostrar o seu valor: McGeady, um extremo moderno, protótipo do jogador latino, forte no drible, veloz, imprevisível, mas com uma eficiência e regularidade típica dos britânicos.

Benfica: Análise de ritmos


Breves observações já muito discutidas no passado e que vale a pena voltar a relembrar para ressalvar a sua importância. Dinâmica, intensidade, velocidade de execução, capacidade de sacrifício, esforço individual, cansaço psicológico, exploração da performance. O que tem tudo isto em comum e os jogadores do plantel do Benfica Sidnei, Felipe Menezes ou Kardec?

Começando por trás. Para mim Sidnei é o melhor defesa central do Mundo. Para ele, do pescoço para cima. E isso atira-o para o banco de suplentes do Benfica. A concorrência é forte, sem dúvida, mas Sidnei é daqueles jogadores que conseguem aliar todas as características fundamentais de um defesa central. Para além disso ultrapassa-as e explora-as melhor do que quase todos os outros. Porque não singra ao mais alto nível?

O primeiro ponto de debate está encontrado. "O pescoço para cima". Sidnei tem de se capacitar das suas funções e das suas necessidades. Faz-me lembrar um pouco David Luiz em alguns lances de abordagem errados. Sidnei é um central rápido (o chamado falso lento, e digam-me quantos o ultrapassam em velocidade?), forte no jogo aéreo, muito forte fisicamente e no corpo a corpo, dotado tecnicamente (central do futuro), forte em transição e na forma como sai em ataque rápido (centralão do futuro), muito inteligente na leitura e ocupação do seu espaço, forte no desarme, e muito difícil de bater no um contra um.

A pouca capacidade de esforço, a forma como se parece "encostar" à sombra das qualidades que tem, a pouca exigência e ambição consigo mesmo, fazem dele um jogador mediano comparativamente ao que poderia ser. Já dizia o seu treinador no Internacional: "Se o Sidnei trabalhasse no duro, era o melhor central do Mundo". Eu corroboro.

Felipe Menezes. Há poucos dias atrás explorei um artigo sobre ele. E pouco mais há a acrescentar. Dotado tecnicamente, forte no um contra um, muito forte na zona de decisão e no desequilíbrio individual, tem de ganhar outra intensidade, jogar a outra rotação, e com outras exigências. Sobretudo crescer como jogador. É que certamente que há 2 ou 3 anos a esta parte que para Menezes basta "isto" para ser figura... e num contexto europeu, de dimensões diferentes, tal não chega nem para fazer parte de um plantel... Precisa rodar, mas não o percam de vista, vai dar craque!

Kardec é, na minha opinião, o melhor jogador deste Benfica época 2010/2011. Para esclarecer, tem-no sido. Grande pré-época, tremenda evolução, sobretudo nos pontos que faltam aos dois exemplos anteriores. Soube esperar e explorar o seu espaço. Dinâmico, veloz, permite soluções ao treinador em diferentes sistemas, está-se a mostrar tecnicamente dotado e com poder de inteligência e encaixe para perceber (até de mais) o modelo de jogo e os princípios fundamentais deste Benfica. Está em franco crescimento, a desenvolver-se bastante, e aguardem... a este ritmo, vai fazer muitos golos esta época.

Em alguns momentos que o Benfica encontre dificuldades de profundidade para os seus médios de ligação aparecerem, não será de descurar o recuo de Saviola e Aimar para zonas mais baixas de pressão onde possam decidir com mais tempo e espaço, explorando uma dupla que não será assim tão antagónica como alguns querem fazer parecer... O goleador Cardozo, com o aprendiz Kardec.

domingo, 25 de julho de 2010

Dimensão pensar, decidir, executar


A diferença entre a eficácia e a inoperância, está no tempo que demora a ultrapassar essas três condicionantes. O poder de decisão, de escolha, e a forma como realizamos, vai alterar, para o positivo ou para o negativo, o objectivo daquilo que queremos realizar.

Ao observar um pouco o futebol de Jaime Valdés, faz-me olhar alguns anos atrás e não deixar de ter a certeza de estar a relembrar o futebol de Pedro Barbosa exactamente nas mesmas características e acções.

Neste 4x4x2 clássico de Paulo Sérgio, Valdés vem dar outra qualidade e, sobretudo, outro critério e experiência ao sistema do treinador do Sporting. É um jogador rodado, com mestria, muito inteligente e, sobretudo, que pensa muito o seu jogo, decidindo quase sempre bem e quase sempre rápido.

A diferença em relação aos outros baseia-se aí. Não é um jogador muito veloz nem intenso nas suas acções individuais, mas sim criterioso e com uma dimensão extra de qualidade em relação ao que existia no plantel do Sporting.

Os leões parecem-me hoje uma equipa mais forte na forma como pensam, na forma como decidem e, essencialmente, na qualidade dos intervenientes que executam. Matías Fernandez parece que será finalmente potenciado e mostrará o seu real valor. É um dos grandes valores do campeonato se for exprimida a sua qualidade. Um pouco à imagem de Valdés mas com outros argumentos, sobretudo ao nível da velocidade e virtuosismo nos movimentos de ruptura com e sem bola.

Ao contrário do que se vem dizendo, não é um Sporting de se desacreditar, é sim um Sporting que pode vir a pecar por não ter tempo, face ao que foi o ano anterior e à necessidade de revelar evidentes melhorias em termos de resultados, para estruturar e potenciar a sua evolução que é notória.

Falta, sob o meu ponto de vista, um avançado de área, um jogador diferente dos "levezinhos" que residem em Alvalade, capaz de dar profundidade ao jogo dos leões. Um jogador forte no jogo aéreo, rápido a executar, forte no espaço curto e com faro de golo. E, claro, a velha questão dos últimos anos deste Sporting, um defesa central mais forte, com mais qualidade, com mais experiência e, essencialmente, com mais estatuto.

O físico dos jogadores do Benfica


É uma ciência cada vez mais debatida mas parece-me claro que já ninguém acredita nos picos de forma no que ao rendimento físico dos atletas de alta competição diz respeito. Existe uma linha sem grandes oscilações, com naturais quebras e subidas, mas sempre muito orientada e sem grandes piques.

A questão da fugaz exibição de alguns dos principais jogadores do Benfica esta pré-temporada não me parece algo preocupante mas sim estruturado e programado. O nível de trabalho do Benfica de Jesus sempre assentou na periodização e, quanto a mim, é notório que o nível de trabalho não tem sido tão intenso como na época anterior onde, como foi dito várias vezes por Jesus, era necessário arrasar desde início.

Pelo que tem sido observável, as cargas não têm sido tão intensas como se esperaria, o que nos coloca a certeza de que o trabalho desta época ao nível do rendimento físico e global das questões técnico-tácticas (o Benfica ainda não efectuou uma pressão tão subida em momentos largos do jogo como no ano anterior) está a ser diferente e sobretudo a procurar o máximo rendimento dos seus jogadores numa outra fase da época, perspectivando grandes decisões só no ano de 2011, o que para mim parece-me totalmente correcto.

O mais difícil é conseguir manter a toada e o nível exibicional, ponto onde todos os analistas acreditavam que o Benfica ia fraquejar. Eu próprio escrevi algo semelhante, de que a partir daquela altura da época (salvo erro Fevereiro ou Março) iam acabar as exibições fantásticas, com goleada atrás de goleada, e ia começar o talento individual e a rotina colectiva a fazer a diferença. Nem andou muito longe...

Veremos de que forma este Benfica dá continuidade ao seu trabalho. Parece-me, sem qualquer dúvida, uma equipa muito menos desequilibradora e fantasista do que no ano anterior. É certo que só ontem vimos um dos principais elementos da rotura e da imprevisibilidade dos momentos da fase ofensiva do jogo do Benfica, Fábio Coentrão, não temos ainda o "carrossel" do lado direito, pois Ramires e Maxi ainda não se viram, Cardozo só ontem apareceu, e o patrão lá de trás ainda não está em jogo para por a miudagem na linha.

Apesar de tudo, penso ser necessário efectuar a contratação de mais um jogador mesmo que não existam saídas. Um extremo, capaz de jogar em ambos os flancos. Parece-me ser a principal prioridade, pois o Benfica este ano terá naturalmente de ter momentos de maior largura do seu jogo em alguns encontros, não sendo para isso necessário explorar tantas vezes os movimentos de ruptura de Saviola para um dos corredores como aconteceu a época passada em Braga, por exemplo, que o desgasta bastante e este ano ainda mais.

Estou certo que neste Torneio de Albufeira não iremos ver um Benfica tão dominador nem tão espectacular, mas irá existir uma mudança radical no encontro da Supertaça a 7 de Agosto.

Não percam o menino de vista


Numa altura que se volta a falar com insistência na possível saída de Felipe Menezes por empréstimo, é com bastante gosto que vejo essas notícias mas algum receio pelo rumo que se possa dar à sua carreira pelas poucas hipóteses de mercado que existem actualmente no futebol português.

Também pela qualidade que Menezes tem e que é notória, a sua situação tem de ser gerida com maior atenção e perspicácia, sob possibilidade de se perder um talento que pode ainda dar muito ao Benfica.

Menezes é um 10 com características modernas, com excelente capacidade técnica e de drible no último terço, embora ainda sem a objectividade e as dinâmicas necessárias para jogar ao mais alto nível no futebol europeu. Contudo, tem todas as condições para com ritmo e experiência, e isso só se ganha competindo, aumentando os seus níveis de dinâmica e intensidade nas suas acções, para ser figura principal desta equipa do Benfica daqui por 2 ou 3 anos.

Neste sistema de Jesus pode fazer a posição 10, preferencialmente, embora lhe reconheça características de um jogador mais interior e onde pode também actuar com qualidade, embora penso que seja na zona de decisão que deva ser potenciado pela sua excelente capacidade técnica e espontaneidade no remate com ambos os pés.

Não o percam de vista e saibam gerir-lhe a carreira... e que medo tenho eu que seja mais um dos "emprestadados" para a casa mãe, o futebol brasileiro... não cometam esse erro.