Confesso que não me surpreendi pelo resultado, mas estava expectante para observar as naturais dificuldades que os holandeses iriam enfrentar hoje frente ao Brasil. Sempre foi uma velha máxima: se não podes marcar, tenta não sofrer. Se estás por baixo, tenta não descer ainda mais. Até que haja uma mudança.
Como todas estas expressões fazem sentido observando um Holanda-Brasil do Mundial, duas selecções favoritas, longe de ser um jogo empolgante de quem entra na frente nas casas de apostas rumo à vitória neste Mundial.
O Brasil de Dunga apareceu muito equivalente à Selecção Holandesa onde os seus jogadores da zona de decisão parecem ser donos e senhores de uma mecânica bem oleada pelos seus principais jogadores mas com claros défices sobretudo na sua fase defensiva.
Ambos num 4-5-1 em organização defensiva, embora existissem nuances desse sistema passando para um 4-2-3-1 em transição defensiva. Aqui, Van Bommel numa pressão mais subida, também com missões de maior apoio na fase de construção e circulação, exactamente o mesmo do outro lado, desta vez orquestrado por Gilberto Silva ou Felipe Melo, conforme as suas zonas de acção.
Primeira parte, sistemas iguais, formas semelhantes, diferentes nas dinâmicas e posturas. Um Brasil mais mastigado, de maior segurança, maior controlo, claramente surpreendente na forma como conseguiu incorporar Robinho e Dani Alves em zonas de finalização com frequência, o que facilmente poderia ter transformado em golo por mais do que uma ocasião. A Holanda explorando as costas dos brasileiros, numa estratégia mais de contenção com saídas rápidas pelos seus principais elementos (Robben e Van Persie em ataque rápido), apenas faltava a tal mudança, o clique para funcionar: E ele residia na libertação de Sneijder.
O técnico holandês baralhou ao intervalo e conseguiu explorar mais eficientemente o potencial de Sneijder. Foi então que a zona de decisão holandesa fez toda a diferença. Incrível como Sneijder e Robben, na minha opinião, a par de Messi, o top 3 forma/rendimento da época 2009/2010, parecem ser capazes de ganhar jogos sozinhos.
Pela sua mestria e qualidade técnica, irreverência e enorme inteligência de processos, derrotaram um Brasil com muito pouca irreverência no último reduto, talvez sofrendo a perda de Elano mas, claramente, sem o brilho e o virtuosismo de outrora. O futebol e organização defensiva nas diferentes fases de jogo de ambas as selecções pareciam o seu elo mais fraco, claramente do lado brasileiro Michel Bastos e Juan (apesar do grande Mundial) foram muitas vezes alvo de opção prioritária para penetrar, do outro lado, Ooijer e Van der Wiel, sem pedalada para estas andanças.
Ganhou o futebol ofensivo, criativo e irreverente, veloz, essencialmente esta última a chave do encontro. E claro, a posse e a capacidade de penetração de Robben, o que permitiu à Holanda muitos metros conforto pela facilidade que ele tem de explorar zonas fechadas do jogo, permitindo à equipa subir e fechar rapidamente as zonas de cobertura aos seus lances. O Brasil perdeu, aqui, pela forma como se deixou ir na onda, o que libertou Sneijder para começar a aparecer com a sua batuta de ritmos frenéticos, sempre com um vasto leque de recursos para decidir.
Estou bastante expectante para ver o que vai acontecer no Alemanha-Argentina. Por um lado, o cinismo, a organização e a tremenda eficácia dos alemães fazem-me crer que se tornam os principais favoritos. Mas, a relação de amor infinito que os pupilos de Maradona têm pelo seu Deus, fazem-me crer que o jogo e o poder psicológico conseguem ultrapassar todas as barreiras organizacionais e estruturais de uma selecção e jogadores claramente acima nos aspectos tácticos e posicionais do jogo. Excelente duelo, futebol total vs. futebol eficaz. Quem sairá vencedor?
Como todas estas expressões fazem sentido observando um Holanda-Brasil do Mundial, duas selecções favoritas, longe de ser um jogo empolgante de quem entra na frente nas casas de apostas rumo à vitória neste Mundial.
O Brasil de Dunga apareceu muito equivalente à Selecção Holandesa onde os seus jogadores da zona de decisão parecem ser donos e senhores de uma mecânica bem oleada pelos seus principais jogadores mas com claros défices sobretudo na sua fase defensiva.
Ambos num 4-5-1 em organização defensiva, embora existissem nuances desse sistema passando para um 4-2-3-1 em transição defensiva. Aqui, Van Bommel numa pressão mais subida, também com missões de maior apoio na fase de construção e circulação, exactamente o mesmo do outro lado, desta vez orquestrado por Gilberto Silva ou Felipe Melo, conforme as suas zonas de acção.
Primeira parte, sistemas iguais, formas semelhantes, diferentes nas dinâmicas e posturas. Um Brasil mais mastigado, de maior segurança, maior controlo, claramente surpreendente na forma como conseguiu incorporar Robinho e Dani Alves em zonas de finalização com frequência, o que facilmente poderia ter transformado em golo por mais do que uma ocasião. A Holanda explorando as costas dos brasileiros, numa estratégia mais de contenção com saídas rápidas pelos seus principais elementos (Robben e Van Persie em ataque rápido), apenas faltava a tal mudança, o clique para funcionar: E ele residia na libertação de Sneijder.
O técnico holandês baralhou ao intervalo e conseguiu explorar mais eficientemente o potencial de Sneijder. Foi então que a zona de decisão holandesa fez toda a diferença. Incrível como Sneijder e Robben, na minha opinião, a par de Messi, o top 3 forma/rendimento da época 2009/2010, parecem ser capazes de ganhar jogos sozinhos.
Pela sua mestria e qualidade técnica, irreverência e enorme inteligência de processos, derrotaram um Brasil com muito pouca irreverência no último reduto, talvez sofrendo a perda de Elano mas, claramente, sem o brilho e o virtuosismo de outrora. O futebol e organização defensiva nas diferentes fases de jogo de ambas as selecções pareciam o seu elo mais fraco, claramente do lado brasileiro Michel Bastos e Juan (apesar do grande Mundial) foram muitas vezes alvo de opção prioritária para penetrar, do outro lado, Ooijer e Van der Wiel, sem pedalada para estas andanças.
Ganhou o futebol ofensivo, criativo e irreverente, veloz, essencialmente esta última a chave do encontro. E claro, a posse e a capacidade de penetração de Robben, o que permitiu à Holanda muitos metros conforto pela facilidade que ele tem de explorar zonas fechadas do jogo, permitindo à equipa subir e fechar rapidamente as zonas de cobertura aos seus lances. O Brasil perdeu, aqui, pela forma como se deixou ir na onda, o que libertou Sneijder para começar a aparecer com a sua batuta de ritmos frenéticos, sempre com um vasto leque de recursos para decidir.
Estou bastante expectante para ver o que vai acontecer no Alemanha-Argentina. Por um lado, o cinismo, a organização e a tremenda eficácia dos alemães fazem-me crer que se tornam os principais favoritos. Mas, a relação de amor infinito que os pupilos de Maradona têm pelo seu Deus, fazem-me crer que o jogo e o poder psicológico conseguem ultrapassar todas as barreiras organizacionais e estruturais de uma selecção e jogadores claramente acima nos aspectos tácticos e posicionais do jogo. Excelente duelo, futebol total vs. futebol eficaz. Quem sairá vencedor?
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