sábado, 17 de julho de 2010

Roberto Jiménez, o senhor 8,5 milhões


Esta é uma análise escrita e totalmente pensada imediatamente após o final do Benfica-Groningen relativo ao Torneio de Guimarães. Jogo esse em que Roberto sofreu três remates no alvo convertidos em três golos dos holandeses. Não será um texto de reflexão, mas sim de constatação de alguns factos, sem qualquer tipo de avaliação momentânea.

A entrada de Roberto no Benfica surge como uma lufada de ar fresco no nível de guarda-redes que o Benfica vem apresentando nos últimos largos anos, talvez com excepção de um grande senhor das balizas, honra à sua memória, de nome Robert Enke.

A aposta inequívoca de Jesus na contratação de um verdadeiro nº1, capaz de dar pontos, dentro da dimensão europeia de um Benfica conquistador, agradou a todos. Ninguém esperaria, contudo, a aposta no espanhol Roberto, um guarda-redes vindo do Saragoça, que a nível individual realizou uma excelente temporada.

Primeiro ponto de discussão: avaliação de qualidade do jogador, 6 a 8 meses. Roberto vinha então como dispensado do Atlético de Madrid, onde Sérgio Asenjo, Leo Franco ou mesmo David de Gea eram prioritários em relação a ele, embora reze a lenda que não fosse uma lesão que sofreu na era Abel Resino - que comentou a transferência para a Luz com um irónico "a crise não chegou a Portugal?" - pudesse ter agarrado o lugar nos colchoneros.

Chegado ao Benfica, desde logo o valor de 8,5 milhões de euros espantou tudo e todos. Primeiro por se tratar de um valor quase desconhecido a nível europeu. Depois, pelo montante exorbitante capaz de catapultar a sua transferência para o top 10 das mais caras a nível Mundial no que a guarda-redes diz respeito. Seguindo-se o facto de ser uma incógnita a nível profissional (6 meses a 8 de carreira numa liga de alto nível), concluindo no facto da opção de compra do Saragoça ao Atlético pelo seu passe estar cifrada em cerca de 3 milhões de euros, o que teria então acontecido para o preço que o Benfica se dispôs a pagar ser tão elevado?

Este é um ponto fulcral. Roberto tem todas as condições físicas e atléticas para ser um jogador de referência. Até pode, no futuro, render 20 ou 30 milhões ao Benfica. O cerne da questão prende-se com o montante desajustado que foi pago face ao que era o seu estatuto/rendimento/valor imediato, até pelo mercado pouco alargado que parecia ter.

Começou Roberto a jogar e começaram as desilusões. O jogo com o Sion em que é responsável pelos 2 golos de forma absolutamente incrível, pode ter sido um dia mau pois acontece a todos. Não é justo avaliar e muito menos crucificar por duas falhas em 90 minutos. Muitos menos justo será avaliar a sua prestação no jogo frente ao Groningen que em 3 remates que foram ao alvo, cifraram-se em 3 golos. Ou será justo avaliar pelas grandes penalidades que nem uma adivinhou o seu lado?

Ou como é possível avaliar um guarda-redes nos índices de confiança/segurança/concentração, pois no Saragoça era chamado a intervir constantemente, e no Benfica passam-se largos minutos sem ser chamado a intervir, estando portanto a um nível de performance abaixo do que é naturalmente o seu alto rendimento em termos de ritmo constante?

A questão é: O que esperam os responsáveis do Benfica ou mesmo os seus adeptos do terceiro jogador mais caro da história do clube, e logo um guarda-redes? O senhor das balizas, que viria dar pontos à equipa? A expectativa foi colocada a um ponto totalmente despropositado, quase ao mesmo nível da desconfiança e incerteza rodeada desta transferência.

Fundamental é observar que Roberto não tem responsabilidade directa na maioria dos golos que o Benfica tem sofrido, para os mais justos, enquanto que para os mais detractores, tem sido o grande culpado pelos golos contra os encarnados. E Quim, não era criticado e não foi mandado embora por defender apenas o possível? Por ser incapaz de dar pontos ou defesas impossíveis? Pela sua fraca presença de área?

Tirem as vossas conclusões face a todos estes pontos.

3 comentários:

  1. patriarca disse:

    Excelente Análise/Comentário, corroboro com ele a 1.000% e mais, quem sabe NUNCA esquece e será que neste caso "perdeu-se" a premissa ???
    Quem teria de certo a ideia de ir buscar um guarda-redes "Desconhecido" e por valor tão EXORBITANTE e ainda se tivesse a si ALIADO o valor que custou para o VALOR COMO JOGADOR, mas neste caso está a anos luz disso.
    Se hoje, o JJ o colocar a jogar contra o Braga e o Roberto der as mesmas Abébias dos outros dias, será que alguém consegue calar os Benfiquistas ? Penso que não e com muita razão, não podemos andar a cair constantemente no mesmo ERRO e o JJ sabe muito bem disso e não podemos andar a perder, empatar, desprestigiar o Glorioso Benfica só por TEIMOSIA em manter o que há partida não dá garantias de sucesso.

    Aquilo não é algodão !!!!!

    patriarca

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  2. No jogo contra o Sion só teve culpa no primeiro golo. No segundo a defesa fica a dormir e o avançado fica isolado, onde é que ele tem culpa?
    Contra o Groningen, 3 remates 3 golos, sim. Mas a questão dos remates não é assim tão linear. O único que ele tinha hipóteses de defender era o último, e não era fácil. Agora tem culpa de não ter acertado o lado de nenhum penalty... Vejam a final do Mundial 2006: Barthez e Buffon, e contem as vezes que eles acertaram o lado.
    Mas porque não falam também no que ele faz bem? Aquela saída a limpar a asneira que o Fábio Faria fez, contra o Groningen? O bom jogo contra o Aris?
    Enfim, só se critica.

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  3. Este pessoal,saiam lá da fase de negação...este Roberto INFELIZMENTE..NUNCA vai dar Guarda redes para o Benfica...não tem capacidade para isso..com muita pena minha..voltarei cá para confirmar infelizmente esse facto. Rodrigo

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