sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Competições: Africa Cup of Nations


Começa dia 10 de Janeiro, em Angola, mais uma edição da CAN, possivelmente, a competição que mais gozo me dá assistir ao nível do futebol sénior de Selecções. Esta CAN, por todos os seus ingredientes, tem condições para ser a melhor de sempre, e serei, naturalmente, como em anos anteriores, um espectador assíduo.

O futebol em África ainda tem o seu tom genuíno próprio da beleza do futebol de rua, da "peladinha" entre amigos, dos esforços e sacrifícios que quase todos fizeram até atingirem o ponto de defender as cores do seu país, os vibrantes torcedores que fazem festa atrás de festa, e a beleza real que o futebol tem, capaz de num espaço de tempo tão curto, num simples balancear de rede, devolver a alegria e felicidade a povos que na sua maioria, pela pobreza e falta de recursos não a consegue exprimir no seu dia-a-dia.

Angola, um dos países mais ricos de África, em termos de recursos e do seu povo da alta sociedade (como está na moda dizer, se é que isso existe), investiu muito dinheiro para receber a prova maior do continente africano, e a organização pretende ultrapassar todas as expectativas para comprovar que as regiões africanas têm capacidade para organizar este tipo de provas a um nível maior e com dimensão mundial (como pretende a África do Sul fazer igualmente, com o Mundial de futebol).

Grupo A

O país anfitrião, Angola, é cabeça de cartaz no grupo A, que conta ainda com Malawi, Argélia e o Mali. A Argélia, por um leque de jogadores de qualidade e com experiência europeia que apresenta, configura-se como a principal candidata, na minha opinião, ao apuramento. O Malawi parece-me claramente a equipa mais fraca do grupo e que poucas hipóteses deverá ter de, sequer pontuar. Angola e o Mali aparecem como fortes (e únicos) candidatos à outra vaga, onde a favorita na minha opinião é a selecção do Mali, mas Angola pode ter uma palavra a dizer (joga em casa, e Manuel José terá sempre uma palavra a dizer).

Grupo B

Costa do Marfim, Burkina, Gana e Togo. Costa do Marfim e Gana, parecem-me os lógicos apurados para a fase seguinte. Mas surpresas acontecem. E a selecção do Burkina tem alguns valores jovens interessantes (alguns a despontar no nosso campeonato) e o Togo, com Adebayor contra o Mundo, podem encaixar como potenciais possíveis outsiders, mas muito dificilmente resistirão às armadas de Drogba, Essien e companhia.

Grupo C

Outro grupo fácil, em perspectiva, de definir quem passa à fase seguinte. Moçambique e Benin dificilmente se poderão intrometer entre as expectativas risonhas da Nigéria e Egipto, duas das principais candidatas à vitória final. Taiwo, Yobo, Obi Mikel, Kanu, Obafemi, Obasi ou Yakubu, assim como Mido, Ghaly, Aboutrika ou Zidan, não devem deixar fugir a oportunidade.

Grupo D

Camarões (favorito), Gabão, Zâmbia ou Tunísia (favorito). Apenas duas equipas se irão apurar. Camarões com Samuel Eto'o à cabeça, e Tunísia, menos ofuscada pelas estrelas que não possui no seu conjunto, mas uma equipa sempre homogénea e com maturidade europeia do futebol africano.

A CAN, que se jogou pela primeira vez no Sudão em 1957, foi até ao momento mais vezes conquistada pelo Egipto (6 vezes), seguindo-se de Camarões e Gana com quatro conquistas cada um.

2 comentários:

  1. muito boa crónica .

    andré , nao acho que o Togo vá fazer grandes estragos, o Adebayor tem estado com uns problemas de motivação na seleção , angola tem bom plantel mas é daquelas equipas em que falta sempre qualquer coisa ..

    a ver vamos .

    Eu aponto para o Gana vencer esta edição da CAN 10'

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  2. Também penso que sim João. O Togo realmente vive muito do que possa fazer o Adebayor, e até pela personalidade que ele já demonstrou (gesto de percorrer o campo todo para provocar os adeptos do clube que tudo lhe deu...) não me parece que ele vá motivado ou encontre na CAN a montra suficiente para vermos o verdadeiro Adeba. E, logicamente, um jogador não faz uma equipa.

    Quanto ao teu prognóstico, sou forçado a concordar com ele, o Gana parece-me uma potência em grande desenvolvimento na região e claramente favorita pelo leque de jogadores que leva: Pantsil, Mensah, Essien, Annan (muita atenção), Asamoah ou o Adiyiah (a sua primeira prova de fogo) é uma selecção madura e com talento.

    Contudo, o forte leque da Costa do Marfim (como é possível não convocarem o Seydou Doumbia?), da Nigéria e a maior mestria de Egipcios e Argelinos podem ter uma palavra interessante. Vamos ver.

    Adoro a CAN por tudo o que a envolve, e é uma grande montra daqueles que são, para mim, os talentos do futuro: jogadores africanos.

    Obrigado pelo comentário!

    Um abraço

    André Sabino

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