domingo, 17 de julho de 2011

Ídolos: Fábio Coentrão


A vida e história de Fábio Coentrão serve, nos dias de hoje, como um exemplo para todos aqueles que um dia aspiram ser jogadores profissionais de futebol. Olhando para o seu trajecto e para o quase esquecimento que foi alvo, em determinada altura da sua carreira, a verdade é que graças ao seu esforço e dedicação tornou-se num dos melhores laterais esquerdos do futebol mundial.

Foi em 2004, ainda com 16 anos, que Carlos Brito o lançou na primeira divisão ao serviço do seu clube de sempre, o Rio Ave. Sendo então um extremo, de inegáveis recursos técnicos e uma imensa criatividade no seu pé esquerdo, foi na época seguinte que se afirmou na Liga de Honra, tendo saído em 2007 para o Benfica, falando-se com alguma insistência, na altura, numa transferência já certa para o Sporting, e dias depois, com o Chelsea a intrometer-se na jogada.

A verdade é que Coentrão, um extremo irreverente, veloz, não teve espaço (fez apenas 2 jogos como titular) num Benfica à procura de títulos e sem espaço para experiências, foi emprestado em Janeiro, nessa época ao Nacional, onde se destacou como titular e uma das figuras dos insulares, tendo realizado inclusivamente uma exibição de sonho no Dragão onde fez 2 golos.



A experiência seguinte passou por novo empréstimo, desta vez aos espanhóis do Saragoça, recém promovidos à Liga BBVA. E aqui, muitas dúvidas se colocaram sobre a sua possibilidade de singrar ao mais alto nível. No seu primeiro teste de fogo, vacilou, nada jogou, e em Janeiro estava de regresso ao seu clube de sempre, o Rio Ave, para novo empréstimo. Em Espanha falava-se de pouca capacidade de sacrifício, muitas saídas nocturnas, saudades de casa, e Coentrão regressou.

Poucos jogos realizou completos, apesar de novo golo no Dragão (tendo apontado mais 2 na Liga em 16 jogos) e a dúvida mantinha-se. Os bons apontamentos eram evidentes mas até que ponto estaria preparado para o mais alto nível?

Em 2009/10, tudo muda. O seu interesse em regressar ao Benfica até nem era muito, pois acreditava que poucas oportunidades teria, mas tudo Jesus mudou. Coentrão foi aposta como reserva do argentino Dí Maria e o Benfica ganhava uma ala esquerda terrível. Foram vários os jogos que o caxineiro entrou já com as defesas adversárias desgastadas e partia a loiça toda, como se diz na gíria.



Começava a ser curto para tanto futebol apresentado o papel de 2ª escolha e Jesus começou a pensar numa forma de conciliar Dí Maria (na sua melhor época de sempre) e Coentrão no onze. César Peixoto não era uma opção tão consistente como o homem das Caxinas e é na 8ª jornada do campeonato, frente ao Nacional, que Jesus o testa pela primeira vez como lateral. O Benfica ganhou 6-1 e a ala esquerda com Dí Maria e Coentrão foi avassaladora.

Desde esse momento, não mais perdeu o posto. Com grande capacidade física para fazer autênticas piscinas pelo flanco, sempre em alta rotação, agressivo defensivamente, aprendeu durante mais algum tempo a forma de aperfeiçoar características defensivas, coberturas, equilíbrios, saídas em pressão, e tornou-se um dos elementos chaves da equipa de Jesus que se tornou campeã nacional.



Fez, ao todo, 31 jogos como titular, dos 47 disputados pelo Benfica. Sem surpresa, vai ao Mundial da África do Sul e assume a titularidade como Lateral Esquerdo. É, de forma destacada, considerado o melhor jogador da selecção nacional, surpreendendo tudo e todos, sobretudo pela forma como para além da segurança defensiva demonstrada ao mais alto nível, se tornou em quase todos os momentos o principal desequilibrador ofensivo da selecção.

Na época de toda a afirmação a nível europeu, foi o grande ídolo dos adeptos do Benfica, numa temporada que mais uma vez não conseguiram o título nacional, mas Coentrão a ser o ganha pão do grupo em muitos desafios, pela raça, vontade, e qualidade que demonstrou em todos os momentos. Sem férias e sem descanso, foi a grande figura da equipa e um dos melhores jogadores portugueses da actualidade. Em 50 jogos em todas as competições, foi titular em 49 (!!) o que demonstra a confiança do técnico e importância que tinha na equipa.



No Verão de 2011 sai para o Real Madrid pelo valor da cláusula de rescisão, 30 milhões de euros, e apesar das dúvidas dos espanhóis e da imprensa quanto aos números do negócio, ontem, na estreia frente ao LA Galaxy, foi considerado o melhor em campo, e levou os adeptos madrilenos a fazer comentários como "Assim Coentrão tira lugar até ao Casillas" ou "Ficámos com um Lamborghini".

Vai ser um dos melhores do Mundo!


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