segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O padrão no jogo grego



O Benfica joga amanhã na Grécia cartada decisiva na época num ambiente que se espera de grande dificuldade para os portugueses. Mas não é só com o ambiente que os homens de Jorge Jesus têm de se preocupar. O Olympiakos é uma equipa muito organizada e para Jesus não correr o risco de voltar a ser surpreendido, como diz ter sido pela movimentação de Ibrahimovic no jogo em França, vamos de forma muito sintética abordar a fase ofensiva do jogo dos gregos.

O Olympiakos é uma equipa muito inteligente e com um futebol bastante objectivo. Jogue quem jogar, há 3 jogadores e 3 movimentações que são transversais ao jogo da equipa e ao seu modelo. Acreditamos que não seja por acaso e que seja uma padronização em ataque posicional fácil de identificar. Weiss, Mitroglou e Saviola.

Após recuperação de bola, o Olympiakos lateraliza normalmente o jogo, de forma directa. Não preveligia a posse no corredor central ou a criação de desequilíbrios a partir daí. Joga de forma simples e objectiva no corredor lateral. Objectivo: desposicionar o adversário e distanciar sectores/posicionamentos. Aí entram em cena 2 jogadores: O jogador no corredor lateral que recebe - normalmente Weiss -, e a chave deste processo, Saviola.

Já sabemos que o argentino é temível entre-linhas e Michel também o sabe. Aparece normalmente pelo corredor central no espaço morto, fruto do desposicionamento que os gregos procuram criar, e aí, com espaço para decidir, é letal. Normalmente surge uma penetração com bola, ou uma combinação directa com o outro elemento fundamental: Mitroglou.

O jogo grego é eficaz e assertivo nesta situação. Há muitas situações de cruzamentos a partir do corredor lateral, e de 2x1 após entrada no corredor central na zona de finalização. O Benfica tem de ter especial atenção ao espaço à frente do seu sector defensivo onde o Olympiakos é muito forte pela facilidade com que coloca 2 ou 3 jogadores em condições de combinar com o elemento mais avançado ou procurar a penetração/meia distância.

Outra situação a ter em conta são as bolas paradas. Os gregos apesar de não terem uma equipa especialmente forte do ponto de vista físico, trabalham-nas bem e criam boas situações através de esquemas tácticos bem definidos e com alguns lances estudados que podem surpreender. Veremos como o Benfica se adapta a tudo isto. Pelo menos surpreendido, não acredito que volte a ser.

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