quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O ADN que Fonseca desligou



Não tem tido vida fácil no campeão nacional Paulo Fonseca. Depois de um trajecto brilhante ao serviço do Paços de Ferreira, a sua mudança para o Porto não tem sido tão produtiva como seria de esperar. Alguns maus resultados, poucas exibições conseguidas, e uma desconfiança em relação ao novo modelo do Porto começa a ser evidente nas hostes azuis e brancas.

Este artigo e o eventual sucesso que Fonseca venha a ter, passa por interligar factores, alguns tópicos que têm ligação óbvia, mas o técnico ainda não os conseguiu ligar: Hulk, James, Lucho e Quintero. Confusos? Vamos desenvolver.

O modelo de jogo do Porto parece transversal a treinadores e jogadores. Os anos passam e algumas nuances vão surgindo, lógico que com jogadores diferentes são criadas dinâmicas e pequenas alterações, mas a base prolonga-se época após época.

O 4x3x3 do Porto continua a ser de posse, mas incaracterístico face ao passado. Isto porque desapareceu a criatividade na zona de decisão. E é aí que o Porto tem sentido as principais dificuldades. Fonseca deu o seu cunho pessoal a um Porto que não pressiona tão alto, não privilegia tanto a posse, mas joga mais largo e de forma mais vertical.

O sucesso passado do Porto deveu-se a uma nuance do seu modelo, interpretada pelos seus melhores intérpretes, que este ano ainda não apareceu. Falamos da posição de extremo direito. Mas antes de falar desse lugar específico, falemos de Lucho.

Com mobilidade, capacidade de progressão e agilidade, foi sempre um dos melhores do campeonato. Continua a ser, mas menos. Hoje não é um jogador tão móvel, e o modelo ressente-se disso. Já se ressentia antes, mas Vítor Pereira é muito melhor treinador do que a maioria julga.

Lucho não consegue estar tão disponível para ligar o sector intermediário ao ofensivo, não consegue ser rápido o suficiente para criar desequilíbrios na zona de decisão, para fazer com que a equipa adversária não tenha tempo para se posicionar, e para conseguir entrar em transições de forma mais recorrente colocando os avançados em contextos de menor inferioridade face à linha defensiva.

O espaço entre os três médios e os três avançados, sobretudo pelo corredor central, mesmo que ocupado a espaços, é fundamental neste modelo, e a capacidade que o Porto tinha em o preencher e o desequilibrar, desequilibrando os adversários, fazia o seu sucesso.

E tudo começou com Hulk. Diagonais venenosas, penetrações interiores a colocar igualdade ou superioridade numérica pelo corredor central. O transporte que fazia, a criatividade que acrescentava, deixava os defesas em situações de igualdade ou superioridade zonal de apenas um elemento. Com o talento individual a vir ao de cima, o sucesso era inevitável para os dragões.

Passou para James. O colombiano desequilibrava o sistema ofensivo de forma propositada. Em organização ofensiva eram inúmeras as vezes que se colocava entre os três médios e o avançado, diminuindo o espaço, permitindo-lhe jogar de frente e pelo corredor central: James e o Avançado contra 2 defesas centrais e um trinco.

Este Porto demora a entender isso. Paulo Fonseca até o tenta pensar, mas não executa nem há adaptabilidade possível com Josué. Falta-lhe repentismo, agilidade e mobilidade para isso. O tempo que demora a chegar, a pouca aceleração, o 1x1 que não é tão imprevisível, facilita a tarefa de quem defende.

E o sucesso estará dependente de Quintero. O jogador que o Porto foi buscar a Itália será, se Fonseca quiser, a chave do puzzle. Repentismo, criatividade, inteligência, qualidade passe, capacidade de remate, capacidade de drible...tudo ao dispor, mas sobretudo, ao dispor do colectivo e elevando o seu nível para outra eficácia. É que Danilo é fortíssimo na zona de decisão, e com Quintero a vir sempre dentro, vai abrir-lhe todo o espaço, também, para aparecer. Jackson não estará tão sozinho, terá mais companhia, menos pressão zonal, menos inferioridade face aos defesas. Com isto, Fonseca resolverá o problema.

17 comentários:

  1. Em primeiro lugar deixa-me dar-te os parabéns pelo excelente artigo.
    Depois, deixa-me colocar-te duas questões:

    1- Até que ponto a entrada de Lucho no Duplo pivot e a entrada de Quintero para fazer a posição do Argentino não resolveria esse mesmo problema. Isto, sabendo à partida que Lucho pelas suas características que bem evidenciaste no texto iria soltar-se facilmente, pelo menos durante 60/70 minutos para criar superioridade nas zonas de decisão, invertendo o triângulo do meio campo no momento ofensivo.

    2- A alteração para um 4-4-2 losango, como o de Mourinho, com Fernando, Josué, Lucho, Quintero, Jackson e Ghilas seria um ponto à favor, ou contra? Isto sabendo da profundidade que os laterais do Porto são capazes de dar e da velocidade a que conseguem recuperar.

    Abraço

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  2. Baggio obrigado!

    Em relação às tuas questões:

    1- Percebo a tua ideia e concordo ao pensar que os melhores jogadores têm de jogar no corredor central e o Quintero e o Lucho têm de pisar esses terrenos. A questão é que, nesta fase, e partindo de lá de forma já definida, o Porto acabaria por perder algum equilíbrio e capacidade de manter a posse. O Quintero é um jogador muito repentista, de acelerações, desequilíbrios, que opta muito pelo 1x1 e talvez o Porto perde-se pela falta de temporização da parte dele. Claro que tudo se trabalha mas perder-se-ia um jogador tremendo na zona de decisão onde ele realmente é forte. Já não discuto a utilização de Fernando mas Defour parece-me o melhor 8 do Porto em todas as fases do jogo. E Lucho, a seu lado, com maior liberdade.

    2- Acho que qualquer equipa deve ter um esquema táctico alternativo e sinceramente já pensei nisso antes. Sobretudo porque Ghilas é jogador de qualidade a mais para passar uma época inteira no banco. Acredito que o Porto pudesse ganhasse ainda mais com a profundidade dos laterais e capacidade que teriam em entrar na zona de decisão com maior frequência e sobretudo maiores opções e linhas para jogar. No entanto, acho que teria de ser "inventado" um jogador mais vertical e "de linha" para o Losango. Alguém que pudesse dar maior largura e sobretudo maior poder de aceleração na transição.

    Abraço

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  3. Então, como resolvias a grande distância que existe entre Lucho e os outros médios em organização ofensiva?

    Abraço

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  4. Neste momento? Com a inclusão de Quintero no flanco direito e padronizar o modelo nesse sentido. Ocupar o espaço interior em organização ofensiva, pedir-lhe para vir dentro com e sem bola, de forma sistemática. E Danilo a aparecer sempre a dar o garante de largura pelo corredor lateral direito.

    Abraço

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  5. Boa análise, obrigado.
    Concordo com ambas as hipóteses (4-3-3 com extremo a vir para dentro e 4-4-2 losango) e penso que o PF já o está a implementar. Nos últimos jogos o Josué foi um 4º médio e a qualidade de jogo melhorou bastante em alguns aspectos. Considero o Josué um excelente jogador.

    Só não tem funcionado melhor por isto: "não pressiona tão alto, não privilegia tanto a posse, mas joga mais largo e de forma mais vertical". De facto, é confrangedor ver os jogadores constantemente afastarem-se do portador, buscando a profundidade. Pedir isto ao Lucho, mesmo se ele ainda tivesse 27 anos, é-me incompreensível, pelas suas características de posse, toque curto, incapacidade no 1x1.

    Depois ha outro problema, muito (bem) discutido pela malta do Posse de Bola, quanto ao jogo vertical do Benfica de Jesus e que se aplica ao Porto de PF. Se os jogadores vão na profundidade e o portador perda a bola, quão longe vão estar de a poder tentar recuperar? Não me lembro de ver o Porto conceder tantas transições... É confrangedor!

    Ou seja: na minha opinião, o Porto não tem extremos e médios fortes fisicamente no 1x1 e aptos para cavalgadas, logo nunca poderá jogar neste modelo de verticalidade e profundidade. Exige-se posse, proximidade de apoios, toque (mais) curto. Defour, Lucho, Josué, Quintero, Herrera (dentro de um par de meses) são garante de grande jogo colectivo...

    Abraço e força com o blogue. Primeira vez que comento, mas sou seguidor.

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  6. Caro Baggio e Vidadofutebol (desculpa, não sei o teu nome :D),

    Sobre o último comentário, o problema reside em duas questões:

    - Quintero é fraco ainda, a meu ver, a nível de transição defensiva;

    - Quintero não tem disponibilidade física para fazer o que dizes durante noventa minutos;

    É como dizia ao Baggio no espaço dele, a formação também é importante...Eu bem sei que eles só apreendem a jogar, mas ainda assim, julgo que a gestão do Quintero até tem sido boa, apesar de tudo o que pode vir a dar.

    Sobre a questão da largura no losango, eu não acho que seja necessária, porque tens dois laterais muito bons. Basicamente, e pelo que me apercebo do que irá ser o 442 do Porto (até pelas dinâmicas que já existem), tens um sistema algo semelhante ao do Vitor Pereira, ainda que com o Jackson a dar mais apoios e a fazer movimentos mais verticais (e acho que ele é muito bom nisso). Depois tens dois interiores, um 10 que irá funcionar como funciona agora o Lucho, e o Fernando. Vai ser interessante a dinâmica a nível de equilíbrio/recuperação aquando da subida dos laterais, e verificar como alternam as subidas ou se sobem os dois sempre (como no Tito por exemplo). Penso que se subissem os dois não seria mau de todo, desde que o Defour e o Fernando estejam na equipa (não vejo o Lucho com pernas nem o Herrera com capacidade, por enquanto).

    Baggio, essa é fácil xD. É só construir mais curto ou baixá-lo. O problema é que o mandam ficar lá na frente para dar aquelas tabelas que só ele sabe como acerta duas em dez xD.

    Cumprimentos

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  7. segurar um sistema de jogo através de um único jogador chave (Quintero) não me parece saudável. E vendo com atenção, não é melhor mudar o sistema do que manter o 4-3-3 com um jogador que não é extremo e foge sempre para o meio? Eu acho que sim, para a equipa criar rotinas a atacar e sobretudo a defender e porque os jogadores se enquadram melhor noutro sistema. Há dois 10 puros: Quintero e Josué, que não podem jogar na extrema.

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  8. Anónimo,

    Eu acho que é uma questão de dinâmicas porque pese embora não tenha tantas acções no flanco, o sistema é o mesmo em 442 e 433 com falso extremo nessa posição.

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  9. JON,

    Excelente análise. É realmente muito interessante perceber que toda a dimensão da fase ofensiva do jogo do Porto está interligada com o seu processo defensivo e tanto uma, como outra, estão claramente abaixo do exigível para uma equipa tão forte. Por algum motivo é. No tempo do Vítor Pereira víamos o Porto tremendo sob o ponto de vista da pressão após perda, um equilíbrio constante em todos os momentos de jogo e raramente permitiam transições ao adversário. O Porto parece que só conhecia os 2 momentos ofensivos do jogo. O distanciamento dos jogadores, agora, está relacionado com o insucesso do colectivo porque não tem jogadores para isso. Os únicos que se podem aproximar são o Licá e o Varela, e daí o eventual sucesso que (sobretudo o primeiro) têm tido este ano. Jogador capazes de ligar sectores e disfarçar as lacunas do colectivo.

    Abraço e obrigado pelo comentário

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    1. O Licá liga os sectores mas tem deficiências técnicas que não lhe permitem dar seguimento à jogada. Deves ter reparado já que, a certa altura, principalmente no início da época, os extremos iam buscar entre linhas quando a bola estava na primeira fase de construção; ora isso exige uma certa dinâmica colectiva (por exemplo, pivot do lado do extremo abre, lateral dá profundidade e Lucho aproxima-se do espaço entre linhas; mas repara a diferença entre ter Quintero e Licá/Varela: já falei desse exemplo em outros lugares, mas o Quintero com a recepção queima logo a cobertura e a contenção. O Licá, por outro lado, não consegue sair da pressão. E repara que se a equipa não bascula, não vais ter hipótese a nível de transição defensiva, porque vais ter os pivots a dar largura e tens dois centrais no meio e o lateral (+pivot, no caso de bascular) do lado oposto; ficas com um potencial 3x4 ou 4x4, porque normalmente estão sempre dois ou três jogadores (se aceitarmos que a equipa é competente) na transição ofensiva. Exige desgaste físico, potenciais situações de inferioridade ou igualdade na transição, e tudo o que se associa a isso. Se tens o Licá ou o Varela vais ter incapacidade de sair em condução, vais ter problemas ao nível de recepção/passe, e para além disso, os apoios ofensivos potenciam uma transição defensiva perigosa. Por isso não concordo contigo que ele seja capaz de ligar sectores; ele posiciona-se bem, mas não é bom para receber e passar/conduzir em locais onde vão cair zonas de pressing do adversário, e onde tem poucos apoios e que, para além disso, são opções de passe mais arriscadas (laterais normalmente) que por sua vez ainda prejudicam o sucesso do gesto técnico de quem vai receber. O Quintero é o único com capacidade para tal no Porto (talvez o Josué e Jackson), e vê a primeira acção do gajo no jogo contra o Estoril, não só pela recepção (dá em falta de qualquer dos modos), mas pela maneira como quebra logo a contenção e a primeira cobertura.
      Sobre o Vitor Pereira, concordo em tudo contigo. Pena não ter mais criatividade e não imprimir outras dinâmicas a nível de criação (porque acho que o poderia fazer), mas a verdade é que não tinha, também, extremos para isso. Muito sinceramente, e com a devida comparação, é a equipa que já vi jogar (o do Porto do Vitor Pereira) que mais se assemelha ao Barça do Pep (excluindo o Bayern claro) nesses dois momentos. Para mim, e como leigo, a transição defensiva do Porto, pese embora as equipas fossem menos competentes também era superior à do Pep Guardiola, pelo simples facto de não ter a qualidade a nível de construção do Barça. E isso diz muito.
      De resto, tenho que concordar também com o JON, como aliás ilustrei no exemplo acima. A verticalidade nem sempre é prejudicial, mas, e lembrando-me do Vitor Pereira, deve ser uma dinâmica utilizada nos momentos certos, depois de criadas as condições de equilíbrio, e especialmente em ligação intersectorial da primeira fase para a criação (ainda que para mudar novamente de fase, com passe ao primeiro toque, se não houver apoios, etc., o que aliás seria o ideal para o Licá/Varela nessa dinâmica, mas que, novamente, pela sua qualidade, prejudicam a acção de quem vai receber) e na criação propriamente dita, a partir da zona frontal.
      Olha, sinceramente, é só uma pergunta e que tu entendes, e como bem sei que conheces o futebol português (e segue para o Baggio também): não existem, em Portugal, extremos que ofereçam uma movimentação mais interior?


      Sou um leigo, corrige-me se estiver errado.
      Cumprimentos,
      António Teixeira

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  10. António Teixeira,

    Eu acho que o Quintero será sempre fraco ao nível da transição defensiva. Tal como são muitos outros jogadores de características semelhantes. Daí a ideia do Guardiola colocar o Messi como avançado. Este tipo de jogador tem de ter o menor de preocupações possíveis a nível defensivo. Correr e desgastar-se o menos possível assim. E não sei até que ponto seria possível dentro do modelo do Porto com o Quintero como "extremo direito" a colocá-lo como elemento mais avançado em transição/organização defensiva e dando maiores obrigações ao Jackson. É que até em termos de transição e aceleração do jogo à procura do desequilíbrio ele já estaria no corredor central.

    Em relação ao Losango e à largura, eu acho fundamental em qualquer losango conseguires um garante de largura em um dos vértices. Ter um jogador menos mecanizado na posse e que consiga "esticar" a equipa, um jogador mais rápido nas dimensões físicas e que parta mais no 1x1, também para desdobrar a equipa em muitas situações de 4x3x3. Um pouco como o Nani fazia no Sporting do Paulo Bento. Isto porque não acredito na disponibilidade dos laterais serem essa referência de largura os 90 minutos. E também pela necessidade de ganhar imprevisibilidade nas penetrações interiores. Porque o lateral moderno e do losango, também, tem de ser capaz de ir por "fora e por dentro" de forma sistemática.

    Abraço e obrigado pelo comentário

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    1. Mas isso obrigava a outra dinâmica a nível de criação e ia ser problemático para a finalização do Jackson. Talvez em 442 com outro PDL. É que o Quintero pode fechar o centro, mas depois o Jackson vai desgastar-se muito, porque no momento de perda vai estar em zona de finalização e não na frontal. Mas compreendo a ideia. Talvez meter o Quintero a PDL, porque tem capacidade para isso. Mas aí faltavam dois extremos dos que eu pedi acima. Mas explica-me melhor, que posso dar-te razão. Em organização defensiva não teria tanto problemas claro.
      Compreendo, e dou-te razão, ainda que não ache inviável a minha ideia. Apenas defendo que a equipa, em organização ofensiva, se transforme em algo do género 1-3-2-3-2, com o Fernando a descer para junto dos centrais, um dos laterais a fechar basculado na bola, o outro lateral a dar profundidade com o interior e o 10, e os PDL. Mas de qualquer dos modos, penso que o Defour, consegue proteger os movimentos do Danilo que até tem tendência para movimentação interior. O problema será a cobertura ofensiva, porque um dos PDL não vai poder movimentar-se para a finalização nessa dinâmica, e o interior e o lateral do outro lado vai ter que oferecer cobertura ofensiva sempre. Estou certo? Acho que ambas as ideias são válidas.

      Cumprimentos,
      António Teixeira

      EDIT: talvez o Herrera com essas características.

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  11. Anónimo,

    Não concordo com a sua ideia e falo-lhe de James. É um 10 puro mas pelas suas características e pela sua posição não existir no modelo do Porto, teve de ser encontrado uma forma de naquele sistema ele encaixar na posição que ocupava. O Porto tem tido sucesso com o passar dos anos num 4x3x3, mudando de forma circunstancial não lhe fazia mal nenhum, mas continua a ter jogadores para o 4x3x3 como referência base. E sem Quintero como um dos médios, estando mais perto da zona de decisão teria de estar num dos 3 da frente. E potencializaria tudo o que tem para dar assim.

    Quanto ao facto de ser um jogador a dar outra dimensão à equipa... Olhando para este modelo do Porto e colocando lá um dos que saiu, a equipa ganharia outro nível. Tal como ganhou o Benfica quando teve Ramires, e quando manteve tudo igual, mas sem o seu jogador fundamental nos equilíbrios e na ligação entre sectores.

    Abraço e obrigado pelo comentário

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  12. Boa tarde, é a primeira vez que venho a este site e digo já que tornei-me fã.

    Queria acrescentar algo sobre o 4-4-2 losângulo e sobre o Quintero, olhando o exemplo do Arsenal. Quando o Arsenal contrata o Ozil, a lógica seria colocá-lo a jogar a 10, atrás da dupla de avançados, que no caso de serem Podolsky e Walcott, seria um tridente com uma dinâmica ofensiva brutal, mas Podolsky lesiona-se, e para muita surpresa minha em vez de Djorou entrar no tridente, Wenger decide alinhar com um duo, Giroud e Ozil.
    Eu fiquei bastante admirado, mas após ver vários jogos do Arsenal é que reparei qual o objectivo, Ozil praticamente fica livre de quaisqueres funções defensivas, e devido à elevada capacidade de manter a bola e criar jogo vindo de trás dos seus colegas de meio-campo (Arteta, Rosciky, Cazorla, Wilshere. Ramsey, o lote é vasto), Ozil só tem que ser decisivo já na ultima fase do jogo, e o rendimento dele tem sido brutal.
    Acho que o fcp poderia fazer o mesmo com o Quintero, pô-lo a jogar junto do Jackson e principalmente, mais perto da baliza, onde a sua capacidade de finalização (a qualquer distância diga-se de passagem) poderia ser melhor aproveitada. Mas também diga-se de passagem que o fcp não tem a capacidade de criação de jogo que o Arsenal tem, mas o seu quarteto iria voltar a praticar o tipo de futebol de pressão e rápida recuperação que a equipa sempre praticou.

    PS.: eu sou um grande fã do 4-4-2 losângulo, para mim é a melhor táctica que existe devido a sua versatilidade e dinâmica, dependendo das características dos jogadores desdobra-se facilmente em diferentes esquemas de jogo e adapta-se facilmente à forma do adversário jogar, mas claro, é preciso ter-se um grande treinador.

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  13. Boa tarde, é a primeira vez que venho a este site e digo já que tornei-me fã.

    Queria acrescentar algo sobre o 4-4-2 losângulo e sobre o Quintero, olhando o exemplo do Arsenal. Quando o Arsenal contrata o Ozil, a lógica seria colocá-lo a jogar a 10, atrás da dupla de avançados, que no caso de serem Podolsky e Walcott, seria um tridente com uma dinâmica ofensiva brutal, mas Podolsky lesiona-se, e para muita surpresa minha em vez de Djorou entrar no tridente, Wenger decide alinhar com um duo, Giroud e Ozil.
    Eu fiquei bastante admirado, mas após ver vários jogos do Arsenal é que reparei qual o objectivo, Ozil praticamente fica livre de quaisqueres funções defensivas, e devido à elevada capacidade de manter a bola e criar jogo vindo de trás dos seus colegas de meio-campo (Arteta, Rosciky, Cazorla, Wilshere. Ramsey, o lote é vasto), Ozil só tem que ser decisivo já na ultima fase do jogo, e o rendimento dele tem sido brutal.
    Acho que o fcp poderia fazer o mesmo com o Quintero, pô-lo a jogar junto do Jackson e principalmente, mais perto da baliza, onde a sua capacidade de finalização (a qualquer distância diga-se de passagem) poderia ser melhor aproveitada. Mas também diga-se de passagem que o fcp não tem a capacidade de criação de jogo que o Arsenal tem, mas o seu quarteto iria voltar a praticar o tipo de futebol de pressão e rápida recuperação que a equipa sempre praticou.

    PS.: eu sou um grande fã do 4-4-2 losângulo, para mim é a melhor táctica que existe devido a sua versatilidade e dinâmica, dependendo das características dos jogadores desdobra-se facilmente em diferentes esquemas de jogo e adapta-se facilmente à forma do adversário jogar, mas claro, é preciso ter-se um grande treinador.

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  14. António Teixeira,

    Li tudo com atenção.

    Em relação ao Licá, tenho dúvidas em relação à sua capacidade a nível de criação sem espaço. Isto porque sempre foi um jogador que se fez valer da capacidade atlética e alguma capacidade técnica para tirar partido. Jogar em equipas de transição, com espaço nas costas, que lhe permitam pisar sempre terrenos interiores em situações de 1x1 ou 1x2 é diferente daquilo que é obrigado a fazer no Porto. Ainda assim, e por alguns problemas que o Porto tem enfrentado este ano, destacou-se até um certo momento exactamente pelo que referi em cima: capacidade atlética superior aos outros naquele momento específico do ano, o que lhe permitiu estar mais disponível para o jogo, mais confiante e que conseguia ligar bem os sectores da equipa e aparecer nas duas zonas mais avançadas da fase ofensiva do jogo.

    Não acho que seja jogador para ser figura no Porto mas é uma boa alternativa. Ainda assim, não sei até que ponto não seria mais útil que o Varela em muitos dos jogos que este tem efectuado. Mas isso é outra discussão.

    Falando do Quintero. Não há maior fã do que eu. Não do jogador ou da personalidade, mas do seu futebol. É um jogador tremendo e terá tempo para o demonstrar no Porto. Com isto, quero dizer que qualquer equipa base que o Porto tem de ter ele inclui-se. É um jogador que pode resolver os problemas do Porto e acrescentar qualidade que ainda não existe neste momento.

    Será o extremo ideal para o Porto mas neste momento não creio que possa jogar sempre por dentro e no tridente do meio-campo pela dificuldade que terá em tomar a melhor decisão muitas vezes, e privilegiar o equilíbrio e a manutenção da posse.

    Quanto à questão do Jackson poder jogar na fase defensiva num dos corredores... Pelas características do jogador ele pode potenciar muito o seu futebol na mesma. É um jogador possante e forte com espaço. Sabemos que assim que há recuperação da posse ele iria partir em movimento interior. Mesmo não sendo solicitado numa primeira fase num apoio frontal ou num movimento de ruptura, rapidamente se encontrará no seu habitat natural. O desgaste acabaria por ser algo facilmente disfarcável se na dinâmica colectiva ele numa primeira fase de pressão estivesse no corredor lateral e numa segunda fase ocupasse um dos espaços do médio interior, com um dos outros a cair num dos flancos em organização defensiva, como falas que o Defour faz e bem. É tudo uma questão de dinâmicas.

    Mas em todas tem de existir Quintero.

    Abraço e obrigado pelos comentários

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  15. Ruben da Costa e Silva,

    Excelente comentário. Wenger sabe muito do jogo e a colocação do Ozil aí é potenciar ao máximo o que ele tem. Joga quase sempre na zona de decisão, baixa para a construção mas não se desgasta nesses movimentos. É exímio no último toque e acelera o jogo como ninguém. Com o complemento do Giroud que oferece muito mais referências ele pode jogar da forma como quer. E com espaço é um jogador tremendo. Felizmente para ele a Liga Inglesa é dos campeonatos de top onde mais espaço se dá aos jogadores ofensivos.

    Quanto à questão do Quintero, é como digo sempre, tudo depende das dinâmicas. Não podemos à partida rejeitar certa ideia sem vermos a prática, ou a exequibilidade dela. O Quintero tinha sido em Itália muitas vezes um 8 e a mim causava-me desgosto vê-lo tão longe da zona de decisão e tão longe da baliza.

    Contudo fico expectante para ver um dia o que poderiam dar Quintero, Jackson e Ghilas, pelo corredor central, na zona de decisão. Quem sabe...

    Abraço e obrigado pelo comentário

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