domingo, 20 de fevereiro de 2011

Derby: Gerações muito peculiares


Quem assistiu ao derby de Juniores de hoje entre Benfica e Sporting, fica mesmo com poucas razões para sorrir. Quem se lembra das gerações de 87, 88, 89 ou 90, e olha para o que existe agora em ambas as equipas, pensa que realmente o decréscimo de qualidade é bastante evidente. Mais preocupante é a falta de capacidade de (quase) todos os jogadores das duas equipas estarem completamente fora do ritmo e da exigência necessária para o futebol profissional.

Equipas maduras e coesas sob o ponto de vista do preenchimento do espaço e dos processos de jogo, contudo, pouca qualidade individual, poucos rasgos, poucos jogadores a dar o clique para merecerem algo mais do que a "pasmaceira" que é ver um jogo neste escalão, um ritmo baixo, pouco dinâmico, pouco intenso, com movimentos colectivos poucas vezes acertados, e uma preocupação excessiva em corresponder tacticamente esquecendo a parte fundamental, o desequilíbrio depois de se equilibrarem.

Olhando para o Benfica, e com alguns negócios e nomes completamente desfasados da exigência que tem de ter um clube como o Benfica, aparecem nomes como Diego Lopes, Alipio, Jean Silva, Francisco Junior e Ruben Pinto. Diego Lopes é um talento nato, jogador de recursos técnicos muito interessantes, ainda em idade juvenil, mas com pouca chama, poucos rasgos de explosão e pouca eficiência nas suas acções ofensivas. Alipio é o protótipo do colega anterior, embora lhe reconheça qualidades de execução extremamente interessantes. Jean está fora de forma e não me parece mais valia em nenhum aspecto. Junior é muito lutador, mas quanto a mim fora do exigível. Raramente joga curto e simples, faz com que a pressão da equipa contrária seja feita de forma que melhor convém, permite à equipa contrária equilibrar. Corre muito mas raramente preenche o espaço correcto. Ruben Pinto é claramente um jogador de outra divisão em relação aos demais, mas há 6 meses que precisa de outra exigência competitiva. Porque a que tem, fá-lo perder muito tempo para estar preparado para o futebol profissional de alto rendimento.

No Sporting, Bruma é claramente o elemento mais, veloz, tecnicista, desequilibrador, embora não sendo tudo o que a comunicação social tem feito dele, parece-me um jogador que a ganhar consistência física, se pode tornar num valor interessante para o Sporting. Zezinho é forte a executar, pensa bem, na zona de construção assume sempre opção válida e de fácil recurso. Contudo, tem de aumentar o seu ritmo de jogo. Esgaio aparece cada vez mais acostumado à lateral direita e parece não ter grandes problemas com isso neste escalão. Contudo, quer-me fazer crer que o Sporting perdeu um potencial médio ala de elevado potencial, para ter um defesa lateral interessante nesta altura mas sem a capacidade física e posicional para voos mais altos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O "novo" Sidnei


Post recuperado do dia 28 de Julho de 2010

http://vidadofutebol.blogspot.com/2010/07/benfica-analise-de-ritmos.html

"Começando por trás. Para mim Sidnei é o melhor defesa central do Mundo. Para ele, do pescoço para cima. E isso atira-o para o banco de suplentes do Benfica. A concorrência é forte, sem dúvida, mas Sidnei é daqueles jogadores que conseguem aliar todas as características fundamentais de um defesa central. Para além disso ultrapassa-as e explora-as melhor do que quase todos os outros. Porque não singra ao mais alto nível? O primeiro ponto de debate está encontrado. "O pescoço para cima". Sidnei tem de se capacitar das suas funções e das suas necessidades.

Faz-me lembrar um pouco David Luiz em alguns lances de abordagem errados. Sidnei é um central rápido (o chamado falso lento, e digam-me quantos o ultrapassam em velocidade?), forte no jogo aéreo, muito forte fisicamente e no corpo a corpo, dotado tecnicamente (central do futuro), forte em transição e na forma como sai em ataque rápido (centralão do futuro), muito inteligente na leitura e ocupação do seu espaço, forte no desarme, e muito difícil de bater no um contra um.
A pouca capacidade de esforço, a forma como se parece "encostar" à sombra das qualidades que tem, a pouca exigência e ambição consigo mesmo, fazem dele um jogador mediano comparativamente ao que poderia ser. Já dizia o seu treinador no Internacional: "Se o Sidnei trabalhasse no duro, era o melhor central do Mundo". Eu corroboro."

Sidnei quis trabalhar. E os resultados estão à vista.