Numa antevisão ao, certo, inferno de Marselha, não será um jogo de vida ou de morte. A equipa do Benfica não vai entrar em campo com a necessidade de salvar a época ou ter receitas - porque nem são nada por aí além - para cobrir gastos. Será apenas mais um jogo, embora com importância grande, o que por si só, retira qualquer pressão excessiva à equipa.
O Benfica vai encarar um jogo em Marselha de grande pressão psicológica e emocional, pelo que será necessário a equipa encarar de forma muito adulta todos os possíveis momentos que o jogo possa trazer. É bom que estejam avisados e preparados para o inferno que os esperarão, porque numa segunda parte da eliminatória, dar os primeiros minutos de avanço ao adversário por se acusar em demasia a pressão pode ser fatal.
O Marselha parte em vantagem mas nunca o Velodrome perdoaria aos franceses jogarem perante o seu público numa contenda de contra-ataque. Jogará sim uma equipa metódica, com astucia e, certamente, inteligente nos seus processos. Deschamps irá, provavelmente, ordenar para baixar um pouco o bloco e explorar momentos de transição rápida na fase ofensiva do seu jogo. Quer pelos corredores laterais defensivos (Taiwo sobretudo), quer pela velocidade e espontaneidade dos seus criativos das alas, Ben Arfa, Koné ou Niang. A possível opção de Brandão no flanco não me parece que se venha a concretizar pois o Marselha não será neste jogo um quebrador de espaços - como foi na Luz - para passar a ser uma equipa confortável e direccionada para decidir no próprio espaço que procurará certamente criar.
Dessa forma parece-me necessário que o Benfica encare o jogo numa postura de contenção inicial (para amenizar o ambiente e estudar a forma como os franceses encararão o jogo) e procurar com o decorrer dos minutos ir à procura do jogo. Parece-me essencial que Jesus adopte uma nuance táctica passando do 4-1-3-2 em organização ofensiva para um 4-5-1em processo ofensivo desdobrando-se num 4-1-2-1-2 na fase ofensiva do seu jogo. Isto porque será importante fechar as alas e ter um meio-campo mais pressionante (com Javi, Ramires e Amorim) de forma a evitar tomadas de decisão com tempo e espaço onde certamente os marselheses procurarão rápidas transições nos corredores (daí a necessidade de cobrir o espaço lateral) e eliminar as zonas de criação que se encarregarão certamente jogadores como Lucho González e Cheyrou.
Muito superficialmente, seria este o meu Benfica para Marselha: Júlio César, Maxi Pereira, David Luiz, Luisão e Fábio Coentrão; Javi Garcia na posição 6, Ramires como Interior Direito, Ruben Amorim como Interior Esquerdo, Di Maria a partir de uma posição mais central para movimentos de rotura nos flancos, Saviola vagabundo na frente de ataque à procura dos espaços de Cardozo (e aqui permitam-se a ousadia, ou Weldon/Kardec). E já agora, permitam-me novamente, quem me dera já ter Franco Jara para atacar esta segunda mão em França.
Força Benfica!
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