"Os jogadores do Benfica confiam plenamente naquilo que fazem" Jorge Jesus.
Esta frase já foi dita vezes e vezes, esta época, pelo treinador do Benfica. Sem confiança e crédito no trabalho realizado, não há sucesso. A questão não é essa, mas sim a forma como a equipa reage perante as dificuldades inerentes a essa mesma estratégia e aos resultados que ela está a obter. Nisso, o Benfica foi incompetente hoje.
O Benfica abordou este jogo com uma perspectiva semelhante aquela que já enfrentou outras equipas nesta Liga Europa. Uma pressão mais baixa do que o normal, com as linhas juntas, baixando os avançados para evitar entrada da bola na zona dos médio centro de forma directa, obrigando as equipas contrárias a desgastarem-se em circulação e a descentralizarem o jogo do corredor central, levando-o para os corredores laterais onde procurava recuperar a bola para sair em transição. Fruto a essa estratégia, os turcos apostaram no jogo directo, menos lateralizado como era objectivo do Benfica, no sentido de Webo e Moussa Sow poderem segurar para os médios (nomeadamente Baroni) terem tempo e espaço para decidir.
O Benfica pecou. E pecou porque não se adaptou às dificuldades que estava a enfrentar. Primeiro porque não encontrou forma de superar as dificuldades que André Gomes estava em ganhar segundas bolas, nessa forma de construção de jogo directa dos turcos. Matic fez um jogo brilhante a nível posicional mas foi insuficiente. Depois, a forma como a equipa saía para o momento ofensivo foi francamente lenta pois a mobilidade que, juntos, Cardozo e Aimar oferecem, é pouca e preza fácil para qualquer defesa deste nível.
A grande arma dos turcos está no poderio dos seus médios. Raul Meireles aparece muito bem no apoio aos avançados e é perigoso pela meia distância. Baroni, apesar de pouco dinâmico, tem imenso critério e muita qualidade em tudo o que faz. O Benfica tem tudo para ganhar a eliminatória na Luz. Hoje Maxi Pereira fez um jogo de bom nível, acabou por ser ele a dar o abanão na equipa em termos de transição ofensiva e ligação de sectores pela forma como penetrava quer por dentro, quer por fora, e sacudia a pressão turca. Matic foi o melhor em campo, hoje, do lado do Benfica. Muito abaixo do esperado Cardozo, raramente soube segurar bolas, movimentar-se para criar problemas aos turcos, permitir que a equipa subisse com tempo. Ola John (apesar de reconhecer-lhe muita qualidade), a este nível, com tanta displicência, com tantas decisões erradas, com tanta desconcentração nas movimentações dos colegas, terá dificuldade em impor se tão cedo de forma definitiva no Benfica.
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