Há cerca de dez anos, no velhinho Estádio da Luz, costumava ir ver a bola, à procura da afirmação de um Benfica que tardava em regressar aos seus tempos de glória. A crise estava instalada mas lá apareciam, ano após ano, aqueles jogadores, craques da bola, mas que no meio de tanto amadorismo e fraca qualidade pouco sobressaíam ou pouco conquistavam de águia ao peito, face àquilo que em condições normais poderiam acrescentar.
Um dos jogadores que marcou uma geração, para mim, na minha óptica, da transição entre o alto, forte e tosco e um avançado moderno, mais capaz do ponto de vista técnico, tinha toda a sua expressão naquele que foi o melhor avançado que vi ao vivo na Luz. O seu nome? Pierre van Hooijdonk.
Chegou como um matador, com provas dadas por todo o lado onde passou, mas ainda sem o cunho de top mundial que realmente poderia atingir. No Benfica, nos primeiros seis meses, passou ao lado de uma época desastrosa a todos os níveis, a pior de sempre do clube da Luz. 6º lugar. Van Hooidjonk na segunda metade da época, e com companhia na frente de ataque (Mourinho alterou o sistema) esteve em grande plano e apareceu verdadeiramente. Somou 23 golos nessa temporada.
Não era um jogador muito fixo, de área, apesar da morfologia (1,93cm e 89kg). Um tanque, com mobilidade, técnica, velocidade e muita qualidade de recepção e execução. Ao nível das bolas paradas, está ao nível dos melhores de todos os tempos. Aquele golo ao Dortmund numa final da Uefa a defender as cores do Feyenoord num dos melhores livres directos que me lembro de ver... inacreditável.
Regressando aos seus tempos de Benfica, ficaram célebres os golos, as majestosas exibições que fizeram os sócios chorar por mais - e muitos só lhe deram o real valor quando saiu do clube -, e acima de tudo, a triste forma como abandonou o Benfica. Dizia-se que recebia muito dinheiro (e a direcção queria limpar tudo o que trouxe Vale e Azevedo e continuar a apostar em Roger, com o cunho de aposta nos novatos Simão e Mantorras), e tratou-se de o despachar. Colocou-se um dos melhores de sempre a jogar na equipa B e nem por isso ele virou a cara à luta... jogou, de raiva, e ia-se pegando com Vilarinho (há quem diga que o pegou pelos colarinhos). Farto de faltas de profissionalismo e vontade, reza a lenda que chegou a vias de facto com Roger, um dos meninos bonitos da direcção e que pouco produzia em campo.
Saiu, escorraçado, um dos melhores de sempre que passou pelo Benfica, ao nível de pontas-de-lança. Ficaram as memórias, sobretudo de passado e futuro, já que o presente foi demasiado curto para ser apreciado da forma que todos desejariam.
Histórico:
Nome: Petrus Ferdinandus Johannes Stevenson van Hooijdonk Alcunha: Pi-Air Posição: Avançado Altura: 1,93 cm Peso: 89kg
Clubes: RBC, 69 jogos, 33 golos NAC Breda, 115 jogos, 81 golos Celtic Glasgow, 69 jogos, 44 golos Nottingham Forest, 71 jogos, 36 golos Vitesse, 29 jogos, 25 golos Benfica, 30 jogos, 23 golos Feyenoord, 61 jogos, 52 golos Fenerbahce, 53 jogos, 32 golos NAC Breda, 17 jogos, 5 golos Feyenoord, 37 jogos, 8 golos Selecção Holandesa, 37 jogos, 8 golos Totais: 551 jogos, 335 golosUm dos jogadores que marcou uma geração, para mim, na minha óptica, da transição entre o alto, forte e tosco e um avançado moderno, mais capaz do ponto de vista técnico, tinha toda a sua expressão naquele que foi o melhor avançado que vi ao vivo na Luz. O seu nome? Pierre van Hooijdonk.
Chegou como um matador, com provas dadas por todo o lado onde passou, mas ainda sem o cunho de top mundial que realmente poderia atingir. No Benfica, nos primeiros seis meses, passou ao lado de uma época desastrosa a todos os níveis, a pior de sempre do clube da Luz. 6º lugar. Van Hooidjonk na segunda metade da época, e com companhia na frente de ataque (Mourinho alterou o sistema) esteve em grande plano e apareceu verdadeiramente. Somou 23 golos nessa temporada.
Não era um jogador muito fixo, de área, apesar da morfologia (1,93cm e 89kg). Um tanque, com mobilidade, técnica, velocidade e muita qualidade de recepção e execução. Ao nível das bolas paradas, está ao nível dos melhores de todos os tempos. Aquele golo ao Dortmund numa final da Uefa a defender as cores do Feyenoord num dos melhores livres directos que me lembro de ver... inacreditável.
Regressando aos seus tempos de Benfica, ficaram célebres os golos, as majestosas exibições que fizeram os sócios chorar por mais - e muitos só lhe deram o real valor quando saiu do clube -, e acima de tudo, a triste forma como abandonou o Benfica. Dizia-se que recebia muito dinheiro (e a direcção queria limpar tudo o que trouxe Vale e Azevedo e continuar a apostar em Roger, com o cunho de aposta nos novatos Simão e Mantorras), e tratou-se de o despachar. Colocou-se um dos melhores de sempre a jogar na equipa B e nem por isso ele virou a cara à luta... jogou, de raiva, e ia-se pegando com Vilarinho (há quem diga que o pegou pelos colarinhos). Farto de faltas de profissionalismo e vontade, reza a lenda que chegou a vias de facto com Roger, um dos meninos bonitos da direcção e que pouco produzia em campo.
Saiu, escorraçado, um dos melhores de sempre que passou pelo Benfica, ao nível de pontas-de-lança. Ficaram as memórias, sobretudo de passado e futuro, já que o presente foi demasiado curto para ser apreciado da forma que todos desejariam.
Histórico:
Nome: Petrus Ferdinandus Johannes Stevenson van Hooijdonk Alcunha: Pi-Air Posição: Avançado Altura: 1,93 cm Peso: 89kg
Que jogador! Nos últimos 15 anos está facilmente no top 5 do Benfica, juntamente com o grande Poborsky por exemplo. Nunca percebi porque o Benfica (e outros clubes) não apostam mais em jogadores holandeses (e dos paises nórdicos).
ResponderEliminarA meu ver têm uma grande vantagem em relação aos portugueses, brasileiros (menos em relação aos argentinos). Correndo o risco de generalizar, são sempre grandes profissionais, que dão tudo pelo clube e não vivem ansiando pelo "salto", visto que jogar num grande português já realiza as aspirações da maioria.
Espero que o Rui Costa comece a apostar nestes países, em vez de continuar a ir buscar Kardecs e Airtons etc...
É para mim um ídolo, naquela época levou o Benfica ao colo, era um avançado espectacular, bom jogo de cabeça, bom finalizador excelente executante de livres... E que não se lembre daquele penalti que foi repetido nos 3-0 ao Sporting? Para sempre na minha memória.
ResponderEliminarPenso que foi um bom ponta-de-lança, mas, não o melhor que vi no SLB, nos últimos vinte anos...Magnunsson, Rui Águas, Cardozo (estes três, pelo menos, eram/são, na minha perspectiva superiores)...a diferença do Pierre eram os lances de bola parada, no resto, era inferior àqueles que mencionei...Nos últimos quinze anos (a partir de 95/96), não chega ao Top 15 (mas, isto são opiniões)..digo dezassete nomes superiores, em termos de qualidade pura e história no clube (Preud´Homme, Valdo (regressou na época 95/96), Ricardo Gomes (regressou na época 95/96), João Pinto, Poborsky, Simão Sabrosa, Luisão, Petit, Karagounis, Miccoli, Rui Costa (regressou em 07/08), Di Maria, Aimar, David Luiz, Saviola, Cardozo, Ramires)
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