quinta-feira, 31 de julho de 2014

Benfica x Bilbao



Jogo exigente para o Benfica, uma vez mais, acrescentando dificuldade pela proximidade do jogo anterior e os problemas já notados.
- Cansaço evidente na tomada de decisão e nas dinâmicas colectivas. Jogadores quase sempre a demorarem eternidades a pensar e a soltar bola. Pouca capacidade de oferecer opções de progressão em posse na 1ª fase construção sob pressão. O Bilbao é extremamente organizado e sobe muito as linhas mas o Benfica sempre foi das melhores equipas a sair dessas situações. Sem a qualidade individual de outros tempos, as coisas complicam-se.

- Falta de um 6 de qualidade inegável. André Almeida é um jogador normal, sem qualidade, que se torna competente e não compromete numa equipa do nível de trabalho e qualidade que tem o Benfica. É curto na ocupação de espaço, na qualidade e segurança na saída sob pressão e no pensamento/criatividade de resolução de problemas. Fortíssimo nesse aspecto é Amorim mas perde imenso defensivamente. João Teixeira não pode ser opção para o lugar.

- Sem criatividade e mobilidade ofensiva. Neste modelo o jogador de ligação na 3ª fase, o chamado 9,5 é fundamental. No Benfica actual não há esse jogador. O Benfica precisa de se reforçar fortemente aqui, ou esperar que Bebé ganhe rotinas para jogar ali ou Pizzi revele apetência perspectivada para jogar nesse lugar. Equipa dependente dos movimentos interiores de Gaitán como já referido.

- Primeiros minutos a sério para Bernardo Silva e é o que se sabe. Qualidade técnica, na decisão e no transporte como poucos. Mas um jogador com tamanha qualidade com bola não pode jogar tão longe da área, sobretudo pela dificuldade que tem depois na recuperação fruto da limitação física que tem. Aqui não se percebe o facto de Djuricic nunca ter sido aposta na posição 8, e Bernardo não estar a ser na 9,5.

- Derley. Ainda não vimos nada do que mostrou no Marítimo. Talvez dificuldade de adaptação, talvez problemas de afirmação fruto de um volume ofensivo muito curto do Benfica face ao normal. Ainda assim é um jogador com qualidade mas precisa de se encontrar e esperar que este Benfica comece a carburar.

- Oscar Cardozo. Não pode continuar a ser opção neste Benfica. Podia até ser fruto de uma lesão o paupérrimo rendimento que demonstrou no final do ano passado. Mas parece que é para continuar. A equipa perde porque não tem ligação com ele em campo.

Os próximos jogos serão conclusivos relativamente a algumas situações. Serão também os primeiros de um Benfica mais próximo daquilo que poderemos ver em competição. Mas não se perspectivam coisas nada boas, nomeadamente para o primeiro jogo com o Arsenal.

Prospecção: Michal Zyro



Joga na Polónia, pelos corredores laterais, um Matic em potência. No Légia de Varsóvia, Michal Zyro apareceu definitivamente na última época com bons números e a merecer nota de destaque. Jogador de estampa física, o seu quase 1,90cm não o torna estático. É relativamente rápido, mas é nos capítulos técnicos que se destaca.

Qualidade em quase todas as vertentes, no passe curto, médio ou longo, recebe com qualidade e sai a jogar sempre de forma eficiente, apesar de ser esquerdino joga também bem com o pé direito e tem uma excelente capacidade de aparecer em zonas de finalização ou tentar a meia distância onde é muito perigoso.

Apesar de ser actualmente um extremo e se destacar também nas bolas paradas, num contexto mais exigente, e fruto das capacidades físicas e qualidade de passe que denota, pode ter uma margem grande para evoluir a jogar pelo corredor central, onde tem tudo para se fixar e tornar-se um jogador de grande nomeada.


Nacionalidade: Polónia
Data de Nascimento: 20-09-1992 (21 anos)
Altura/Peso: 189 cm / 77 kg
Posição: Extremo Esquerdo
Clube: Légia Varsóvia

Benfica na Suiça



- Equipa ainda longe da capacidade de outros tempos, sobretudo devido à falta de jogadores cruciais na manobra ofensiva da mesma. Pouca capacidade de ligação intersectorial e dinâmica ofensiva apenas a espaço quando Nico Gaitán aparece de frente com bola pelo corredor central.

- Amorim é um jogador tremendo do ponto de vista da manutenção da posse e de oferecer linhas para jogar curto, mas não pode ser um jogador para a posição 6 de um Benfica a nível de Europa pela pouca capacidade que oferece a nível do preenchimento de espaços e das coberturas que oferece.


- Eliseu está pesado mas continua a notar-se a capacidade que tem de entrar por dentro e procurar jogo interior com os companheiros. Um jogador mais do ponto de vista da compreensão do jogo e que pode ser muito útil.



- Franco Jara continua a ser uma decepção pelos minutos que continua a ter. Um jogador com a sua pouca competência ao nível da compreensão e tomada de decisão em jogo não pode jogar numa equipa da dimensão do Benfica, sobretudo se também não for especialmente forte em mais nenhum aspecto.

- João Teixeira, tal como escrevemos atrás, é ali que pode acrescentar algo à equipa, na posição 8. Pela agilidade, capacidade de acelerar e de progredir com bola. Mas atenção, é um teste com o Sion. No entanto, tem qualidade.


- Bebé voltou a jogar encostado à faixa mas parece-nos que crescerá muito jogado pelo corredor central. Tem de perceber mais o jogo e saber que espaços pisar e de que forma jogar mas tem muitas condições pela capacidade de jogar entre-linhas e na forma como sai do drible para a finalização.

- Ola John teve um jogo apagado, ao contrário do que vinha fazendo, mas a qualidade está lá. Há um lance na 2ª parte que parte em progressão pelo corredor central, com a movimentação fixa o defesa e cria o espaço para a entrada do médio que isola com um passe letal. Definidor do que pode acrescentar.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Prospecção: Ary Papel




O Girabola tem um talento a despontar nas suas fileiras. O nome até pode parecer estranho mas com a bola nos pés o talentoso jogador angolano dá uma vida diferente ao ataque da sua equipa. Joga descaído numa ala, sobretudo a esquerda de onde gosta de flectir para espaços interiores, com grande qualidade no um contra um e na forma como toma decisões e interage no jogo colectivo. Gosta de receber direccionado para partir para cima, mas sabe também jogar apoiado e procurar espaços para finalizar. Um jogador que já é internacional A e que promete dar que falar se olharem para ele.

Tem um leque de dribles que nunca mais acaba mas não se torna dependente dessas acções individuais. É regular nas suas decisões e tem a anarquia própria do jogador africano. Um talento.


Nacionalidade: Angola
Data de Nascimento: 03-03-1994 (20 anos)
Altura/Peso: 170 cm / 71 kg
Posição: Extremo Esquerdo
Clube: 1º de Agosto

Benfica pré-época 2



Ola John. Basta pesquisar na caixa do blog pelo nome do holandês para ser fácil perceber a ideia que temos dele. Extremo de qualidade, forte em largura mas também por dentro, tem tomada de decisão como nenhum e talento para arranjar espaços como poucos. É descredibilizado por não ser um jogador repentista como os colegas, mas a temporização, tomada de decisão e capacidade de jogar 1x1 tornam-no um elemento que tem de ganhar destaque na equipa do Benfica.
Eliseu vai ser figura da equipa a breve espaço. Primeiro pela qualidade que tem, segundo pela confiança que o treinador deposita nele. Pode até ter alguns kilos a mais mas um jogador tão rotinado a jogar numa das ligas mais competitivas do Mundo, semana após semana, vai facilmente fazer a diferença. E porque encaixa na perfeição no que o treinador pede. Capacidade de jogar por dentro e por fora, velocidade, um leque de opções vasto a nível de drible e uma meia distância que pode ser um upgrade a esta equipa.

Franco Jara é a antítese do que vemos em Ola John. Qualidades físicas mas perdeu muito do que mostrou nos primeiros anos na Argentina. A irreverência e capacidade individual quase anárquica de resolver lances foi-se diluindo no tempo e é agora um jogador sempre em esforço, com péssima tomada de decisão e extremamente irregular nas suas acções. Um pouco à imagem do que achamos de Urreta.

sábado, 26 de julho de 2014

As primeiras notas da pré-época



Talisca - Jogador que no Brasil era um avançado, sem responsabilidades defensivas, que jogava também por vezes no apoio directo a um jogador mais fixo ou descaído numa ala. As suas qualidades são muitas e JJ está a tentar ensinar-lhe como jogar a 8 no modelo do Benfica. Competência tem para isso. Qualidade técnica, agressividade, potência em progressão e penetração e uma passada que queima imensos metros e junta sectores com uma facilidade incrível. Pode até demorar, mas é um grande jogador em perspectiva.

César - O jogador que mais tem impressionado. Ainda algo verde em termos posicionais e com algumas dificuldades em perceber certos posicionamentos mas com uma margem muito grande. Muito forte em antecipação, tanto por baixo ou pelo ar, tem qualidade técnica e atrevimento de jogador de equipa grande. Precisa trabalhar e dosear a necessidade de sair com bola em todas as situações. Pode vir a ser uma excelente surpresa.

Luis Filipe - É o que já tínhamos visto dele no Palmeiras. Dá profundidade pelo corredor mas sem grandes argumentos técnicos. Baseia-se na agressividade e atitude. Alguns problemas a nível defensivo e terá dificuldade em assumir-se no Benfica.

Derley - Jogador diferente dos restantes do plantel. Um "bicho" de área, agressivo, forte tecnicamente, bom de cabeça e com sentido de baliza. Sabe jogar de costas, segurar e sair também em drible direccionado para a baliza. Pode ter alguns problemas de adaptação inicialmente por ter muito menos espaço e metros até à baliza mas tem perfil de equipa grande.

Bebé - O mais recente reforço do Benfica é um jogador de qualidade que pode crescer muito no Benfica. Assume o jogo como poucos e chama a si os momentos do jogo. Deixou de ser um extremo para passar a ser um jogador interior, anarca, ainda, mas com capacidade como poucos para partir no um contra um e dotado de enorme capacidade de remate com ambos os pés. 

João Teixeira - Nunca foi um 6 mas percebe-se a ideia por alguma escassez de capacidade ofensiva e drible. Ainda assim muito forte em progressão e na forma como pega no jogo e assume o mesmo. É ainda algo cru em termos posicionais e na tomada de decisão.

Loris Benito - Um bom lateral mas não para titular. Dá alguma qualidade ofensiva, embora sem grande talento. Não é forte por dentro, mas dá largura e sabe cruzar com qualidade. Defensivamente pode ter problemas quando apanhar jogador rápidos.

Candeias - Sempre pensei que o iríamos ver como lateral. É curto para a posição de ala, mas um jogador perfeitamente adaptado ao nosso campeonato e em fase de rendimento total. Cruza bem e aparece em zonas de finalização, mas parece-nos que enfrentará problemas para se assumir no clube.

Víctor Andrade - Não compreendo o sentido da contratação de um jogador com a sua (não) qualidade. Algo preso de movimentos e sem a capacidade de ter jogo de outrora.

João Cancelo - Um jogador que embora tenha uma margem enorme continua a tornar-se banal. Tomada de decisão horrível, não só com bola, mas na forma como desprotege todo o sector defensivo da sua equipa. Com Jesus vai ter muita dificuldade.

Jardel - Continua a ser descredibilizado por muita gente que não compreende a qualidade que acrescenta a esta equipa. Extremamente rápido, inteligente nas abordagens, muito forte na antecipação e que dá qualidade nas bolas paradas. Um jogador que se pode assumir no Benfica e que discutirá com César uma das vagas da defesa caso Lisandro não conte.

Noutra vertente, parece-nos fundamental que o Benfica volte a contar com Nico Gaitán para a nova época. Jogador a atingir o auge da sua carreira, um virtuoso, capaz de dar qualidade extra ao Benfica neste modelo pela forma como se incorpora por dentro e se torna um terceiro médio a ligar sectores. Já para não falar de Enzo e de tudo o que seria diferente no Benfica sem ele. Mesmo após as muitas saídas, o sucesso do Benfica este ano pode estar na permanência, ou não, destes dois jogadores.