quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O triângulo do centro de jogo: Versão sucesso

Quem leu o post anterior sobre a primeira parte do Benfica na Madeira percebeu que houve um conjunto de erros de entendimento do jogo da parte dos jogadores do Benfica. Uma questão de não cumprir princípios e de um momento de jogo (organização ofensiva) totalmente fora do contexto que o Benfica tem habituado quem os assiste. Muitas pessoas podem ter-se perguntado do porquê da necessidade de certos jogadores terem de cumprir determinados procedimentos ou posicionarem-se noutros espaços. Hoje, numa óptica semelhante, e em versão sucesso, analisamos o golo do Barcelona.

Sou adepto do futebol que Tata Martino. Já no Newell's tinha uma proposta de jogo muito interessante face à realidade que costuma ser possível ver na Argentina. Hoje vimos um Barcelona em alguns momentos de jogo procurar acelerar o seu ataque posicional como não fazia de forma regular. Mas centremos-nos no golo.


Fabregas é quem define o início do lance. Em poucos segundos a equipa acaba por fazer golo, mas tudo começa aqui. O centro de jogo está bem definido, com o triângulo evidente. Duas coberturas ofensivas ou apoios, e fora do centro de jogo, jogadores a garantir largura e possíveis movimentos de ruptura para o sucesso da circulação. Esta imagem em que o Atlético se posiciona com uma linha bem definida em termos defensivos não é muito diferente do que fez o Marítimo. A diferença está em quem ataca.


Xavi recebeu o passe. Fabregas prepara-se para dar nova dimensão ao centro de jogo da equipa porque o passe de Xavi vai para o lado direito onde um elemento garante a largura. O jogador que se encontra à direita da imagem é também importante, para impedir o encurtamento do espaço por parte do Atlético.


O lateral do Barcelona recebeu a bola. Há um espaço aberto neste lance porque o Atlético saiu com 2 jogadores ao portador. Esse espaço será fundamental no lance, mas será fundamental não pelo passe ter saído para lá, mas sim porque Fabregas (assinalado na imagem) percebeu que era ali que devia estar para garantir o centro de jogo com um triângulo e fixar ali os defesas, abrindo também a possibilidade da linha de passe. Xavi, inteligente como é, progride para receber e jogar de frente.


O passe entrou em Xavi, e Fabregas já está na zona decisiva de todo o processo. Decisiva porque o seu posicionamento abre duas hipóteses à decisão de Xavi. Ou faz passe de ruptura para Fabregas, ou lateraliza para o lateral. Quem não sabe e fica na dúvida é o defesa do Atlético. Essa dúvida faz com que se posicione num lugar intermédio e abra as duas hipóteses tentando ainda interceptar qualquer uma das hipóteses, obrigando Xavi à decisão de risco. No outro lado da imagem vemos a forma como Neymar (inteligente) vai percebendo onde pode intrometer-se no lance. É que o triângulo continua a ser realizado perto da bola, mas o seu garante são os movimentos exteriores a ele, também.


O lateral recebeu a bola. O defesa do Atlético tenta fechar a possibilidade de passe mais próxima mas toda a equipa está em basculação num sentido. Um passe longo, na zona morta, e para onde Neymar se prepara para atacar, pode ser fatal. E foi. O Barcelona percebeu em todos os momentos do jogo onde estava o ganho, e os jogadores foram complementando entre si os posicionamentos de forma a criarem dúvida no adversário mas garantirem sempre o sucesso ao seu portador da bola, o fundamental para a manutenção da posse e a progressão.

Veja tudo isto em velocidade real:

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Contrastes tácticos: Erros básicos

A primeira parte do Benfica no Funchal foi, provavelmente, a pior a que me lembro de ter assistido uma equipa de Jorge Jesus fazer sob o ponto de vista do ataque posicional. Um momento de jogo em que o treinador encarnado sempre habitou a fazer a diferença e onde as suas equipas eram claramente acima da média. Sobretudo em termos das dinâmicas criadas, fruto de posicionamentos certos e muito trabalhados. O que assistimos na Madeira foi uma equipa do Marítimo extremamente bem posicionada e concentrada, e um Benfica a pecar em momentos capitais, com erros típicos que já não se usam a este nível.


Matic tem bola e procura linhas para jogar. O Marítimo fecha de forma evidente qualquer entrada pelo corredor central, obrigando o Benfica a lateralizar e tentar entrar por fora. O espaço entre-linhas simplesmente foi abafado pelos verde-rubros mas Matic tem duas opções: passe de ruptura nos corredores laterais. Enzo Pérez, um dos mais esclarecidos, aponta-lhe o caminho. O sérvio faz isto.


Progressão (aceitável, para fixar um dos defesas) mas o posicionamento e movimentação que Djuricic fez retira-lhe uma das opções: má leitura do 10 do Benfica a posicionar-se num espaço que elimina uma das linhas de passe possíveis, mas que liberta a de Lima. Contudo, numa fracção de segundos, Matic já tinha tomado a decisão, difícil de alterar a meio da execução, e mais um passe errado. Repare-se ainda no posicionamento de Enzo Pérez. A culpa não é sua, claro. Neste momento tem de descentralizar a zona de pressão do Marítimo. Colocar-se fora do centro de jogo (triângulo então definido pelo Djuricic) e dar largura pelo seu corredor. Fica no meio. Facilita o Marítimo.


Imagem 3. Matic com bola e tem junto a si Gaitán, que veio pedir jogo. Amorim, simplesmente a olhar, quando podia procurar oferecer uma solução. Cortez sem sentido de ruptura, e Maxi, quando devia estar aberto, perto do colega, facilitando a tarefa de Sami que na imagem já está completamente dentro do corredor central a fechar uma linha de passe entre-linhas (para Djuricic). Erros atrás de erros.


Amorim com bola. Matic a 2 metros, linha de passe possível para Gaitán que dá largura mas vejam o posicionamento de Enzo Pérez. Mais uma vez, só pode ser do hábito. A largura e profundidade dada pelo corredor devia ser dele. Devia também largar aquele espaço, levar com ele o defesa, e permitir um apoio frontal de Djuricic ou Lima. 


Princípio básico do jogo. Matic com bola, Amorim perto. Uma vez mais. Já percebemos que este erro foi constante. Mas o triângulo de circulação para definir o centro de jogo onde está? O garante da progressão? O jogador que procura receber para jogar de frente? O apoio frontal? A pergunta fica explícita no ponto de interrogação. E Matic, claro, sem outra opção, tem de jogar para trás.


Djuricic, uma vez mais, mal posicionado, e o centro de jogo que mais uma vez não existiu. Matic não tem outra opção se não voltar a lateralizar o jogo. Mas pelo corredor central conto 4 jogadores do Marítimo prontos a bascular e o Benfica apenas com o portador da bola. Impossível.


Primeiro lance em que Djuricic aparece entre-linhas e consegue receber e rodar. O problema é que o posicionamento de Lima é o que vemos. Limita-se a olhar, e a sombra na imagem do lado direito é um jogador do Marítimo. Alguém adivinha? Djuricic lateralizou, o Marítimo basculou, e o Benfica não conseguiu penetrar uma vez mais.


Imagem que define tudo o que foi possível ver. Djuricic está com Enzo numa zona perigosa, abrem-se 2 possibilidades de fechar o centro de jogo, com o posicionamento de alguém, quer em ruptura, quer em apoio. As zonas definidas permitem-nos pensar o que estaria o resto da equipa à espera para oferecer uma opção. Os 2 jogadores do Benfica que aparece na imagem foram obrigados a tentar uma combinação directa contra 4 elementos e acabaram por perder o lance.

Tantos erros não são normais em jogadores que à pouco tempo eram tão inteligentes e fortes nestes processos. Parece-me claro que há um desgaste, e grande, em relação a tudo o que é o processo e o cansaço existente é sobretudo psicológico. As decisões não podem ser boas, o pensamento não pode ser o melhor, quando não estamos focados e disponíveis nas acções que realizamos.

Descodificando Funes Mori


O Benfica anunciou hoje a contratação de Funes Mori ao River Plate para reforçar a sua equipa. O avançado argentino de 22 anos chega numa altura em que era criticado pelos adeptos do River, despertando a normal desconfiança em Portugal por quem não o conhece. O último jogo de Funes Mori ao serviço do River data do dia 17 de Junho quando a sua equipa saiu derrotada do campo do Lanús por 5-1. Nesse mesmo mês, no dia 3, jogou frente ao Argentino Juniors. E foi esse o jogo que fomos ver.

1ª Parte:

1' Sai em pressão ao portador da bola originando um mau passe e recuperação da posse.

2' Canto ofensivo, foge bem à marcação mas guarda-redes antecipa-se quando se preparava para finalizar.
6' Livre lateral ofensivo, foge à marcação e tem um bom cabeceamento, ainda distante da baliza, para defesa apertada do guarda-redes.
7' Transição ofensiva, entra em mobilidade no centro de jogo, recebe em rotação com o pé esquerdo, toca num colega e procura espaço para receber.

8' Disputa bola no ar, ganha e joga de cabeça para colega, entrando em ruptura, recebendo na frente, procurando nova tabela com o avançado que é interceptado.
10' Recebe, roda, toca num colega e desmarca-se entre-linhas para receber.
11' Lançamento, sai da posição, vem buscar jogo, recebe no peito, joga com colega e desmarca-se para receber.
11' Novo lançamento, recebe no peito, fixa defesa em protecção à bola e joga para colega procurando devolução que não acontece.
13' Recupera bola dentro do seu meio-campo, sai em transição rápida em progressão com bola, procura a tabela para ir receber nas costas do defesa, recebe, roda e joga no lado contrário originando uma situação de 3x2 favorável. O colega que recebeu perde a bola.
15' Alívio do defesa da sua equipa, bola difícil mas antecipa-se ao defesa, tocando a bola para um colega.
18' Baixa para receber, falha recepção mas colega fica com a posse.

19' Recebe sobre a esquerda, toca num colega e vai buscar na frente, adversário intercepta.
19' Lançamento estudado, recebe dentro da área depois de combinação com colega, muito pressionado remata por cima.

21' De costas procura rodar para passar mas acaba desarmado.
22' Recebe descaído pela esquerda dentro da área, trabalha sobre o defesa mas remata de pé esquerdo muito por cima.
22' Ganha bola de cabeça a meio-campo.
25' Toca e desmarca-se.
26' Sai da posição para arrastar defesa, lançando o seu colega o passe nas suas costas para avançado.
29' Recebe e combina com colega para saída em transição.
32' GR pontapeia bola, ganha nas alturas no meio de 2, criando situação para passe de ruptura interceptado.
37' Recebe bola na esquerda, alguma dificuldade na recepção junto à linha, fazendo passe para trás quando podia ter arriscado 1x1.
41' Passa para colega e desmarca-se.

2ª Parte:

50' Disputa bola no ar.
51' Perde bola mas recupera de seguida e passa para colega em apoio frontal.
52' Recebe no peito, combina com colega e vai buscar na frente, joga 1x1, faz o drible e sai para situação de finalização mas sofre falta.
57' Baixa no campo para receber, toca no colega e desmarca-se.
59' Começa a jogar como elemento mais fixo pelo corredor central.
60' Transição ofensiva do River, sobre a direita vem em ruptura, consegue ultrapassar o adversário mas é carregado.
66' Vem buscar jogo, recebe o passe e tenta jogar de primeira mas erra o passe.
73' Recebe bola dentro da área, num movimento de saída para ganhar espaço, roda sobre defesa, tenta o remate já em queda interceptado. Consegue a recuperação, fixa o defesa em progressão, toca no colega mais próximo que remata por cima.
76' Depois de canto defensivo, passe para fora da zona de pressão.
77' Cruzamento largo, ganha as costas do lateral, recebe de peito dentro da grande área e em excelente posição remata para grande defesa do guarda-redes do Argentinos. Era o 1-0.
94' Disputa bola no ar.

O Argentinos venceu por 2-0, com dois golos já para lá do minuto 80. Funes Mori teve nos pés o golo que colocaria a sua equipa em vantagem pouco tempo antes. Eclipsou-se do jogo a partir desse momento, muito por culpa de uma equipa do River desarticulada, sem dinâmica colectiva e com um futebol muito pouco pensado e objectivo.

Neste jogo em particular, a equipa então treinada por Ramón Diaz jogou em 4x3x3 com Funes Mori a ocupar o lado esquerdo do ataque, embora com liberdade de movimentos para procurar o jogo interior e dar um apoio mais directo ao avançado Luna. Teve 3 ou 4 situações de finalização que desperdiçou, mas só uma delas de flagrante golo, num River que pouco ou nada rematou à baliza para além do agora reforço do Benfica. Não tenho problema pois, em avaliá-lo como o melhor elemento ofensivo da equipa no jogo.

Numa análise mais global aos jogos observados de Funes Mori, sobretudo pelo River Plate, importa perceber que o contexto não era o melhor para si. Equipa desarticulada, sem um modelo atractivo e pouco jogo exterior, e sobretudo interior, a servir os avançados. Futebol directo, pouco pensado, muito na base da luta e de situações individuais.

A confiança do jogador. Ao longo do tempo foi sofrendo vários problemas com os adeptos e com a própria estrutura técnica e de desconfiança com as suas qualidades. Teve alguns falhanços comprometedores e acabou por deixar-se arrastar numa espiral negativa em seu redor. Contudo, e analisando globalmente as suas características:

Jogador dotado. Alto, possante, veloz, não tem medo de ir ao choque, disputa sempre bolas difíceis e sabe segurar a bola em protecção. É rápido, daí ter jogado alguns jogos fora do corredor central. Bom poder de impulsão.

Parece algo trapalhão, por vezes, sobretudo na recepção, mas tem qualidade em progressão. Sabe jogar, passa bem, tem técnica de remate, tem capacidade aérea, boa técnica de cabeceamento, trabalha bem os lances.

Percebe o jogo e tem uma cultura acima da média da restante equipa. Bom poder posicional, procura sempre boas opções, sabe jogar entre-linhas e em combinações directas (movimentação preferencial). Por vezes incompreendido pelos colegas em muitos lances.

Em termos psicológicos parece claramente condicionado em muitos momentos. Poucas vezes arrisca uma situação de 1x1 tendo qualidade para sair vencedor e em situações vantajosas, não tem muito tempo a bola nos pés, procura sempre uma opção próxima. Mas é inteligente ao fazê-lo, passa e procura receber em zonas que lhe permitam progredir.

No River, como nem sempre jogava como avançado posicional, andava longe da área, o que lhe retirava do seu habitat natural, embora demonstrasse qualidade a jogar numa posição mais recuada ou mais lateral. Finaliza bem de cabeça, tem qualidade de movimentação dentro da área, mas falta-lhe maior frieza e serenidade a finalizar, o que surge, muitas vezes, nos avançados, só a partir de uma certa idade, ou em outros casos, só através de confiança e de atingir determinado estatuto que o permita libertar e tranquilizar.

Fazendo o transfer para o Benfica, Funes Mori vem para jogar como elemento mais posicional ou no apoio a outro jogador mais fixo. Pode jogar pelo centro ou pela ala (mas sempre como avançado), até entre-linhas, acaba por ser um jogador completo em termos daquilo que é a margem que tem para ser potenciado em determinada função.

Tem qualidade, está longe de ser o jogador que os adeptos do River pintam dele, mas não se espere que seja o jogador para fazer esquecer um passado mais recente do Benfica de Óscar Cardozo. Pode ser uma opção válida e ainda me parece um produto totalmente inacabado de um jogador que ganhando tranquilidade, estatuto e serenidade em muitas das suas decisões, poder constituir uma boa surpresa (face às expectativas) de um Benfica que não está, neste momento, numa fase positiva para dar confiança a este tipo de atletas.

domingo, 18 de agosto de 2013

O craque da Liga



Quando aqui falei nele sabia ao que vinha. Vi vários jogos do Quintero para perceber o jogador que ali estava. E faz a diferença para todos os outros num aspecto: capacidade psicológica. Este é o critério que diferencia os grandes jogadores, dos outros. E deu para perceber no Mundial sub-20 no jogo com a Coreia. A sua selecção não encontrava formas de romper a defesa coreana e o Quintero ia tentando de todas as formas, sempre sozinho. Aos 96' há um livre descaído para o lado direito. Naquele momento, qualquer jogador "normal" cruza para a área. Mas há os outros. E Quintero assume o remate e faz um golão. Tal como hoje, no primeiro toque na bola na estreia no campeonato. Quintero assume sempre o jogo, não tem receio de arriscar, chama a ele as decisões e dá-se bem.

Jogador que pode atingir um nível de topo no futebol, mais do que qualquer um do nosso campeonato. Vai ser um ano para desfrutar de o ver pelos nossos relvados.

Benfica longe dos princípios que o notabilizaram



A equipa do Benfica já vinha deixando sinais preocupantes na pré-temporada sobretudo a nível da organização e transição defensiva. Factores esses que têm sido comuns aos anos de Jorge Jesus no Benfica e que este ano voltariam a ser os principais entraves a um Benfica vencedor. Contudo, hoje na Madeira, foram os princípios ofensivos que estiveram muito longe daquilo que a equipa encarnada nos foi habituando.

Desde logo com o onze inicial. Procurando um maior equilíbrio e controlo dos momentos do jogo, não desequilibrando tanto a equipa em ataque posicional com a inclusão de Ruben Amorim e um jogador bem mais culto como é Enzo Pérez no lado direito, a verdade é que o treinador do Benfica desfez a dupla de maior sucesso do ano anterior (o argentino e Matic) e retirou largura e profundidade ao seu futebol. A progressão praticamente não existia, ninguém se movimentava entre-linhas criando superioridades numéricas ou obrigando a defesa do Marítimo a desposicionar-se.

Os madeirenses deram o controlo ao Benfica, não se importaram em dividir o jogo, e tiveram tarefa fácil em organização defensiva, com uma basculação fácil e a um ritmo pouco intenso o que não lhes trouxe problemas. O Benfica não teve mobilidade, não demonstrou qualquer referência em termos de dinâmica colectiva, não teve imaginação e assim torna-se muito mais difícil.

ps: Já elogiei muitas vezes Maxi Pereira mas de há 2 anos para cá, já não tem nível para jogar no Benfica. Não faz contenção, joga todos os lances à queima, não temporiza, posiciona-se mal, corre mal, tem dificuldades grandes em perceber o jogo... assim não!


Bergkamp, o Rei da Técnica



Dennis Bergkamp é, nos dias de hoje, treinador adjunto do Ajax, campeão holandês. Para muitos jovens, é apenas um nome igual aos outros. No entanto, para quem teve a felicidade de viver na era do holandês, jamais esquecerá este nome. Dennis Bergkamp, também conhecido como Ice Man, foi durante largos anos um dos melhores jogadores ofensivos do futebol mundial.

Existiram jogadores com recursos técnicos infindáveis e que foram elevando para outros níveis o que era possível fazer com uma bola de futebol. Mas Bergkamp era Bergkamp. Wenger, seu treinador no Arsenal, disse um dia: "Se conhecerem alguém que jogue melhor do que ele, avisem-me". E eu digo: Se tiver existido um jogador superior a ele em termos técnicos, convido a deixarem o nome na caixa de comentários.

Bergkamp nem se destacava especialmente pelos dribles, mas era o rei da técnica, em todas as dimensões. Técnica de passe, técnica de recepção, técnica de remate, técnica de condução...tudo parecia fácil nos pés do holandês que fez alguns dos mais incríveis golos da primeira década do novo século.

Dennis Bergkamp teve o azar, ou a felicidade, de estar sempre rodeado de grandes craques, o que acabou por esconder, de certa forma, o seu brilhantismo individual, elevando para outro nível o colectivo, porque ele era essencialmente um jogador de equipa. Um jogador temível no último passe e na definição dos lances, na capacidade de percepção do jogo, na inteligência da sua leitura e com uma tomada de decisão ao nível dos melhores de sempre.

Mas voltando aos companheiros. Fez a formação no Ajax, onde se estreou pela equipa profissional e passou 7 temporadas. Marcou 122 golos, ganhou 1 Liga Holandesa, 2 Taças, 1 Taça Uefa e 1 Taça das Taças. Ao seu lado, estavam nomes como Van Basten, Rijkaard, Danny Blind, Davids, Seedoorf ou os irmãos De Boer. Transferiu-se para o Inter de Milão, por 20 milhões de € no ano de 1993, actuando duas épocas, e ganhando nova Taça Uefa. É então transferido para o Arsenal de onde não mais saiu. No clube inglês venceu 3 Ligas, 4 Taças e 4 Supertaças. Faltou-lhe novo título europeu para coroar uma brilhante carreira, mas sobretudo para o elevar para outros patamares, que também Thierry Henry, Robert Pires, Patrick Vieira, por exemplo, seus companheiros no Arsenal, podiam ter atingido.

Em termos de prémios, e apesar de nunca ter ganho uma Liga dos Campeões ou uma grande competição pela sua selecção onde foi internacional por 79 vezes, fazendo 37 golos, ficou por 2 vezes em 3º lugar nos prémios FIFA para jogador do ano, 3 vezes em 2º no prémio World Soccer e em 2º e 3º na bola de Ouro oferecida pela France Football.

Dennis Bergkamp ficou ainda conhecido pelo seu medo em andar de avião, o que lhe fez perder alguns compromissos europeus pelo Arsenal e pela sua selecção. Segundo consta, só participou no campeonato do Mundo de 94 porque foi anestesiado pelos médicos para ir a dormir durante o voo. 

Bergkamp notabilizou-se enquanto jogador mas podia ter escrito o nome na história com outro brilho se tem tido a sorte de vencer uma grande competição a nível Europeu ou mesmo Mundial. Era e será sempre relembrado por todos os amantes do futebol pela sua veia artística capaz de atingir níveis soberbos.


Historial:
Épocas                  Clube                     Jogos                Golos
1995-2006           Arsenal                    423                    120
1993-1995       Internazionale                72                      22
1986-1993             Ajax                      237                    122

Selecção Holanda                                  79                      37

sábado, 17 de agosto de 2013

Rui Vitória: O homem dos grandes desafios


Ao ver hoje o jogo em Guimarães, não me surpreende a forma coesa, unida, organizada e inteligente como o Vitória garantiu os três pontos frente a um Olhanense débil e que se afigura como um dos presumíveis candidatos à descida. Os adjectivos acima descritos em relação à equipa vitoriana encaixam perfeitamente naquilo que define o seu treinador no futebol.

Rui Vitória encontrou a sua praia em Guimarães. Parece-me que tem o perfil mais indicado possível para trabalhar neste tipo de situações. Plantéis jovens, curtos, ambiciosos, em situações difíceis, quer desportivas ou económicas... no fundo, um plantel que tem de economizar e rentabilizar recursos, explorar mais valias e esconder fraquezas.

O Vitória Guimarães que já na época passada tinha um plantel curto, este ano reduz substancialmente o número de opções válidas e mais uma vez Rui Vitória terá um papel difícil pela frente. Na Supertaça ficaram a nú as debilidades da equipa que contra adversários com outros argumentos acabarão por vir ao de cima, por muito bom que possa ser o trabalho.

Mas esse é realmente bom. O Guimarães não tem um modelo de jogo atractivo, não pratica um futebol vistoso, não se destaca particularmente em nenhum momento do jogo em termos tácticos. Joga como equipa em todos eles, dominam os princípios básicos de todas as fases do jogo e isso reflecte-se numa equipa que para o nível das individualidades, potencializa bastante um colectivo competitivo e que dá muito mais do que à partida seria possível.

Este será um ano em que o futebol do Guimarães vai continuar a viver muito de uma referência posicional na frente, capaz de disfarçar as dificuldades da equipa na zona de construção, e que acaba por em muitas situações recorrer ao futebol directo. Maazou que já aqui falei em 2010, será fundamental em toda a estratégia. Presença física, velocidade de processos, qualidade técnica, encaixa perfeitamente naquilo que será este Vitória. Com Olímpio a assumir um papel de destaque, também, pela experiência e segurança, tal como Moreno, falta contudo outros intérpretes a um plantel que é curto e que a nível qualitativo está alguns degraus abaixo do anterior.

Será curioso ver como vai enfrentar uma época tão longa e desgastante, agravada pela presença nas competições europeias, mas vai ser interessante perceber se é possível continuar a optimizar recursos que não estão ao nível da exigência e de um clube com a tradição do Vitória de Guimarães.

Prospecção Nacional: João Jesus


O ano passado, ao ver o distrital de Setúbal, que acabou com a subida de divisão do Cova da Piedade, saltou-me à vista o avançado do então modesto Grandolense, equipa de meio da tabela, que no Bonfim levou para casa a taça da associação do referido distrito. Nessa equipa, João Jesus (à direita na foto) era rei e senhor. Avançado de características raras no nosso futebol, é muito alto, forte fisicamente, mas desengane-se quem pense que esses factores lhe retiram mobilidade. É intenso, mexido na frente, disputa todos os lances com igual empenho, e destaca-se pela frieza e qualidade na hora de finalizar. Também apelidado de Karadas pelo bom jogo de cabeça, os números do último ano falam por si e o salto que dá do distrital para o profissionalismo deixam antever que está aqui um jogador que pode surpreender. A seguir.

Nacionalidade: Portugal
Data de Nascimento: 08-07-1989 (24 anos)
Altura/Peso: 190 cm / 87 kg
Posição: Avançado
Clube: Trofense

Época           Clube           Jogos           Golos
2012-13   Grandolense        25                23              

Prospecção: Bernardo Silva


Bernardo Silva fez toda a formação no Benfica e é uma das actuais grandes esperanças dos encarnados. Apesar de contar com três títulos nacionais (em todos os escalões), apenas no último ano foi titular, factor que se ficou a dever à baixa estatura e ao pouco poderio físico que sempre evidenciou. Contudo, chegando à idade adulta, explodiu enquanto jogador e é, por ventura, o jogador mais talentoso a sair da formação do Benfica desde Manuel Fernandes.

Jogador com uma qualidade técnica muito acima da média, cola a bola ao pé esquerdo numa condução acelerada a procurar a zona de finalização ou a combinar com os colegas em tabelas sempre bem imaginadas. A inteligência que denota em campo é o seu principal factor de diferenciação em relação a todos os outros da sua geração. Pisa o corredor central, gostando também de cair nas faixas para dar superioridades numéricas. Pensa o jogo como poucos, recebe a bola já com o pensamento no lance seguinte, daí a sua execução sempre rápida e de qualidade. É um jogador que enfrenta este ano um desafio difícil, entre os profissionais, conseguir destacar-se apesar do handicap físico. Será um teste para acompanhar.

Nacionalidade: Portugal
Data de Nascimento: 10-08-1994 (19 anos)
Altura/Peso: 173 cm / 62 kg
Posição: Médio Ofensivo
Clube: Benfica B

Época           Clube           Jogos           Golos
2012-13   Benfica (Juniores)  

 
                                   

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A magia Nacho


Já passaram mais de três anos da altura em que aqui falei sobre um dos jogadores que despontava numa das divisões secundárias do futebol europeu. Nacho Scocco pode até ter passado ao lado de uma grande carreira europeia mas vai brilhando pela América do Sul e, noutro nível, marcando um trajecto claro daquele que é, na minha opinião, um dos melhores jogadores a actuar hoje em dia pelo continente americano.

Scocco saiu do AEK em 2011 para o Al Ain. O clube do golfo não se arrependeu da aposta num jogador que precisou de pouco mais de mil minutos de jogo para fazer dez golos. Assim se despediu para regressar ao clube que o "revelou", o Newell's. Vi muitos jogos da equipa do agora treinador do Barcelona, Tata, e se o sucesso que obteve no clube argentino o fez catapultar para um dos maiores clubes mundiais, em muito se deve também ao que lhe deu Scocco.

O futebol é assim, relação de partilha, de troca, do momento, e o avançado argentino acabou por no seu percurso conseguir elevar para outro nível (e fixando-se como avançado, nesta fase da carreira) o rendimento de uma equipa moldada à sua imagem, e à do seu treinador, onde os números não mentem: 33 jogos, 24 golos, melhor época pessoal de sempre em termos de concretização e um estatuto difícil de manter outros emblemas afastados. Foi por isso que o Internacional que conta já com D'Alessandro e Forlán avançou para a sua compra e ontem, no jogo de estreia, mais 2 golos.

Uma qualidade técnica muito acima da média, mas não só. Inteligente, gosta de jogar um futebol apoiado e de requinte em combinações directas. Venenoso sempre que procura espaço para finalizar, onde demonstra enorme frieza, remata de igual forma com o pé direito ou esquerdo, é um jogador que continuará a marcar um percurso muito interessante de alguém que tinha tudo para poder, no futebol europeu, ter escrito outra história.

Contra a corrente de um Sporting em alta


A pré-época do Sporting, excepção feita aos jogos no Algarve, trouxeram novamente o público de encontro à equipa e um interesse muito grande da parte dos seus adeptos em relação a este ano desportivo. Depois das vitórias na pré-época e da recente vitória esclarecedora sobre a Fiorentina, parece existir por Alvalade e na opinião globalizada a ideia de que o Sporting se prepara este ano para voltar a assumir o posto de terceiro grande. Não tenho dúvidas que Bruno Carvalho trouxe muitas coisas boas aos leões, e que Leonardo Jardim é um dos treinadores mais competentes da liga. Mas passando aos pontos fundamentais deste contra a corrente positiva generalizada:

- A qualidade individual é anormalmente baixa para um clube da dimensão do Sporting. Apesar dos últimos anos fracos em termos desportivos, este plantel apresenta-se como um dos piores, em termos individuais, dos últimos anos. O Sporting tem um plantel curto, por si só com um onze já deficitário, e sem grandes opções de banco. É verdade que a não ida à Europa é uma boa oportunidade para uma reestruturação, mas será um risco fazer um ano desportivo que se procura de retrocesso face aos anteriores e dispor de tão pouca qualidade individual e, sobretudo, não ter, aparentemente, um grupo de jogadores como base que num futuro próximo possa ser a cara de uma equipa que se quer a lutar pelos primeiros lugares de forma constante.

- O processo de jogo de qualquer treinador e de qualquer equipa estará sempre condicionado quando os dois centrais são Rojo e Maurício. O argentino já sabemos que não se faz rogado e quase sempre opta por jogar sem sentido, sem pensar, e sempre batendo na frente sem rodeios. Maurício pode estar ainda numa fase de conhecimento do jogo e de assimilação de ideias, mas a agressividade excessiva que demonstra até o podem fazer um jogador útil em alguns momentos, mas a falta de aptidão técnica que demonstra podem comprometer uma ideia de jogo diferente da parte do treinador.

- William Carvalho tem presença física e sabe jogar com bola, mas irá o Sporting enfrentar uma época longa com ele a titular? Lento a pensar, posiciona-se muitas vezes mal e tem uma cultura táctica abaixo do que se exige para o lugar. Rinaudo por muitos problemas que tenha no seu jogo, continua a ser a opção com maiores créditos.

- Fredy Montero fez um grande golo à Fiorentina mas estou em crer que será a maior decepção da época. Tecnicamente, e quando a bola lhe chega, tem qualidade. Poder de drible, sabe conduzir e jogar com os colegas. Mas falta-lhe muita coisa. Não é agressivo o suficiente para lutar por bolas de forma consecutiva. Tem problemas na abordagem aos lances. Não é um finalizador, falha frequentemente boas situações de golo e sobretudo não tem características de jogador de área. O Sporting precisa de um 9 com outro perfil e sobretudo outra qualidade, pois Montero parece-me que será apenas um jogador útil, não mais que isso.

- Capel pode conquistar os adeptos pela disponibilidade e querer que mete no jogo, mas não passa de um jogador mediano. Más decisões, fraco aproveitamento e muita irregularidade. Contudo, olhando para o plantel, poucas são as alternativas mais capazes.

- A aposta excessiva na formação sem qualidade. Sim, o Sporting já lançou e continua a deter nas suas fileiras jogadores da formação com talento, mas também há muitos, como é normal, que não têm essa qualidade. Não pode o Sporting meter as fichas todas para constituir um plantel em jogadores como Illori, Fokobo, Zezinho, Esgaio e Betinho, que me parece que são curtos para o que o Sporting pretende. 

- O Sporting tem de se capacitar e sobretudo fazer ver aos seus adeptos que este ano pode arriscar-se novamente a ter uma época com muitos momentos negativos. Mas tem de perceber realmente onde estão as suas mais valias concretas. E elas não podem passar um ano a competir na equipa B, ou como suplentes da principal. Falo daqueles que têm condições para ser os seus melhores jogadores dentro de pouco tempo, se é que já não o são: Adrien Silva, André Martins, Eric Dier, João Mário, Filipe Chaby e Carrillo.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Os outros craques da 1ª Liga

Vai começar a primeira liga portuguesa este fim-de-semana e muitas são as equipas que prometem surpreender em mais um ano de muito equilíbrio e em que Portugal estará muito representado nas competições europeias. Os clubes grandes estão a recrutar cada vez mais dentro de portas, como foi o caso este ano do Porto, e a realidade é que as equipas portuguesas compram cada vez melhor lá fora, mas apostam, também, no produto nacional que se vai fixando na principal divisão do nosso futebol. Neste post, que será criterioso, pretendo apresentar aqueles jogadores que não estando nos três principais clubes do nosso campeonato, melhor rendimento poderão acrescentar às suas equipas, e que prometem em breve dar muito que falar.

Kiko (Vitória Setúbal)


Aos 20 anos, este produto da formação do Vitória pretende assumir-se como opção válida na equipa que o viu crescer. Apesar de enfrentar a concorrência de atletas mais experientes, Kiko pode surpreender e agarrar rapidamente o lugar. Ao fixar-se como lateral esquerdo, promete ser uma opção de qualidade. Pé esquerdo cheio de talento, centra e passa com elevada qualidade. É rápido e destemido, sabe defender, sabe dar profundidade pelo seu corredor e promete coisas boas este ano na primeira liga.

Hélder Lopes (Paços)


Época de afirmação, aos 24 anos, depois das boas indicações dadas ao serviço do Beira-Mar. Lateral esquerdo que promete outros voos, tem uma propensão ofensiva que fazem dele jogador de equipa grande. Agressivo, forte a subir pelo seu corredor, irreverente, progride de igual forma por dentro e por fora, garantindo sempre opções várias pelo seu lado. Defensivamente pode melhorar sobretudo a nível do jogo aéreo, mas fecha bem o seu corredor. Tem feito uma carreira em crescendo e este ano promete voltar a subir.


João Pedro (Estoril)


Despontou cedo, mas ainda tem apenas 21 anos. Joga pelo corredor central, destacando-se pela capacidade técnica e pela forma como progride e se apresenta em zonas de finalização. Tem uma facilidade de remate tremenda, joga com ambos os pés, chama a si as decisões, executa com qualidade e pode ser a principal surpresa dos canarinhos. A seguir.



Sebá (Estoril)



Uma passagem pela equipa B do Porto deu para confirmar o seu potencial. Não é um portento técnico, mas é extremamente objectivo no seu jogo. Joga pela faixa direita ou no corredor central. Fisicamente é dotado, tem condições para crescer também nesse ponto de vista, e um pé esquerdo venenoso. Assim que pega no jogo parte para cima, em movimentos interiores a procurar zonas de finalização. Não tem um conhecimento do jogo que lhe permita ser já uma certeza, mas é um dos jogadores com uma margem mais elevada para o futuro. Assim lhe corra bem o ano, tem tudo para garantir um espaço de destaque nesta 1ª liga.


Ricardo Gomes (Vit.Guimarães)



A cumprir o seu primeiro ano nas divisões profissionais, este jogador de 21 anos com ascendência cabo-verdiana promete ser uma das figuras dos vimaranenses neste campeonato. É dotado fisicamente (1,80cm, 80kg), agressivo, inteligente em campo, sabe auxiliar defensivamente, mas como extremo que é, tem um faro de baliza interessante. É objectivo, bom no drible, forte a vir para dentro, promete um bom ano de estreia. 

Paulo Oliveira (Vit.Guimarães)



Assume este ano o posto de patrão da defesa da sua equipa, o que nem sempre pode ser um factor positivo, mas será certamente um bom avaliador para este jovem de apenas 21 anos que terá muita responsabilidade no sucesso do seu clube. Central que sabe jogar, é agressivo nas disputas, lê muito bem os lances, tem um óptimo sentido posicional e de antecipação. Pelo ar é destemido, mas é claramente na leitura que faz dos lances e na inteligência posicional que se destaca.

Tiago Silva (Belenenses)


Já o ano passado tinha perspectivado um ano de qualidade para ele na 2ª Liga e confirmou-o, coroando com a presença no Mundial sub-20. De regresso ao Restelo onde enfrentará forte concorrência, nomeadamente do reforço Miguel Rosa, tem, contudo, qualidade para se destacar e assumir lugar de destaque nos azuis de Belém. Qualidade técnica acima da média, tomada de decisão condizente, tem um poder de drible venenoso e uma maturidade competitiva fora do normal. Aos 20 anos, promete construir uma carreira de nível elevado.

Paulinho (Gil Vicente)



Mais um produto da formação do Santa Maria, Paulinho chega à primeira liga com 20 anos depois de uma passagem de sucesso pelo Gil Vicente. Tem perfil de figura de equipa. Joga pelo corredor central, embora também o possa fazer pelo corredor lateral, é avançado que joga por fora, com muita qualidade. Agressivo, forte no drible, tecnicamente dotado e com presença física (1,87cm, 77kg), promete ser destaque de uma equipa que pode surpreender esta temporada.

José Sá (Marítimo)



Com 20 anos pode assumir a titularidade da baliza do Marítimo o que certamente não é muito normal face à idade. Guarda-Redes seguro, tem presença, sabe comunicar, é forte entre os postes mas também capaz fora deles. Ainda tem uma margem de progressão muito elevada mas caso assuma a baliza da equipa, pode crescer mais rápido do que o esperado.


Rafa (Braga)



Foi uma das principais surpresas da segunda liga o ano anterior. Rafa protagonizou neste mercado uma luta acesa entre Sporting e Braga pelo seu concurso e promete fazer valer o esforço. Jogador de corredor lateral, muito dinâmico e intenso em jogo, é dotado tecnicamente e tem um poder de aceleração e velocidade acima da média. Joga nos dois flancos com a mesma qualidade, aparece muito bem em zonas de finalização, sabendo-se incorporar bem por dentro, onde denota uma boa capacidade de remate. É agressivo e não tem receio de assumir o jogo. Atenção a este valor a despontar no nosso campeonato.


Aderlan Santos (Braga)





Muita atenção a este jogador. 1,93cm e 84kg. Estampa física de líder, confirmada pelas restantes qualidades que podem fazer dele um dos melhores desta prova. Apesar da altura é rápido, agressivo, lê bem o jogo e tem um bom sentido posicional. Sabe sair a jogar, é perigoso nas bolas paradas. Para seguir e perceber onde pode chegar este jogador de 24 anos.

Mauro (Braga)



A concorrência é forte mas promete ser uma dor de cabeça para Jesualdo. Joga como 6 ou 8, é intenso, pensa e executa bem, tem um índice de aproveitamento de passes interessante e não se esconde do jogo. Tem uma facilidade de remate grande e uma meia distância venenosa. Outro jogador jovem, 22 anos, para seguir.

Luís Silva (Braga)



Produto da formação do Leixões que se vem destacando pelos jogadores que projecta no futebol português. Este ano é ainda cedo para ele, mas vamos fixando já o seu nome. Tem presença física, é alto, joga bem de cabeça, e apresenta recursos técnicos muito interessantes. Joga, tal como Mauro, nos lugares 6 e 8, mas destaca-se pela qualidade que coloca em tudo o que faz. Tem uma concorrência muito apertada mas será um jogador útil e que pode despontar em breve.

Nuno Sequeira (Nacional)



22 anos, mais um produto da formação do Leixões. Lateral esquerdo, mais um, e português, que promete marcar este campeonato. Forte fisicamente (1,84cm, 82kg), fecha muito bem o seu corredor, sabe posicionar-se, e consegue ter volume ofensivo para desequilibrar. Pé esquerdo de qualidade, tem todas as condições para se assumir como figura da sua equipa.

Lucas João (Nacional)



Apenas 19 anos e já internacional sub-21, não é usual vermos um jogador com as suas características no nosso futebol. Tem 1,92cm, joga muito bem de costas, permitindo à equipa subir, mas aparece com igual qualidade na zona de finalização. Tecnicamente é dotado, joga com ambos os pés e apesar do seu jeito meio desengonçado é muito perigoso quando enfrenta no um contra um o defesa. A seguir.

André Claro (Arouca) 


Já aqui falei dele, e este ano chega à primeira liga para comprovar qualidades. É robusto fisicamente e joga sobretudo encostado a um corredor, em venenosas diagonais para alcançar zonas de finalização. Fez a formação no Porto e tem subido a pulso. Ambidestro, é muito trabalhador e destaca-se pela disponibilidade em todos os momentos do jogo. Num Arouca ambicioso, pode aos poucos ganhar o seu espaço. 22 anos.

Manoel (Académica)



O ano passado ao serviço do Braga B deu para confirmar o jogador que é. Joga na faixa ou no centro do ataque, veloz, capacidade de drible, parte para cima e procura sempre a baliza para finalizar. É irreverente e chama a si as decisões. Se melhorar o jogo aéreo pode ser um jogador de corredor central difícil de parar. Jogador para seguir.

Hassan (Rio Ave)



Para o fim, os primeiros, e neste caso, Hassan merece o estatuto. 1,91cm de irreverência, velocidade, qualidade técnica e poder de drible. Características únicas deste diamante egípcio que já se estreou pela selecção principal. Joga como elemento mais fixo mas é sem ocupação de um espaço de referência que melhor se pode destacar. Embalado é perigoso, consegue encontrar espaço e forma para finalizar. Joga com ambos os pés e tem um bom poder de cabeceamento. Se os grandes do nosso futebol estiverem com dúvidas, ele este ano vai dissipá-las. 

Prospecção: Rafa (Braga)


Foi uma das principais surpresas da segunda liga o ano anterior. Rafa protagonizou neste mercado uma luta acesa entre Sporting e Braga pelo seu concurso e promete fazer valer o esforço. Jogador de corredor lateral, muito dinâmico e intenso em jogo, é dotado tecnicamente e tem um poder de aceleração e velocidade acima da média. Joga nos dois flancos com a mesma qualidade, aparece muito bem em zonas de finalização, sabendo-se incorporar bem por dentro, onde denota uma boa capacidade de remate. É agressivo e não tem receio de assumir o jogo. Atenção a este valor a despontar no nosso campeonato.

Nacionalidade: Portugal
Data de Nascimento: 17-05-1993 (20 anos)
Altura/Peso: 170 cm / 66 kg
Posição: Extremo Direito/Esquerdo
Clube: Braga

Época           Clube           Jogos           Golos
2012-13     Feirense            41                10                
2011-12     Feirense            35                 0